LET'S ROCKAinda que tenha, desde o início da gravidez, pedido roupa emprestada a vários familiares, Maria Madalena Machado não se livrou de uma das principais dores de cabeça da maternidade. Começou a acumular tanta roupa que, a certa altura, o quarto do filho estava cheio de peças sem uso.
O cenário levou-a a pensar em alternativas. “Pensei que pessoas podiam passar por cá, alugar algumas e depois devolver. Assim não havia esse desperdício. O objetivo era colocar roupa a circular e evitar esse acumular desnecessário”, começa por explicar à NiT.
Alguns meses após o nascimento do filho, em 2022, a empreendedora decidiu arriscar e abrir o próprio negócio. Do aluguer à venda de peças em segunda mão, a Clobies surgiu e cresceu para oferecer um serviço pensado para facilitar a vida de todos os pais e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto ambiental.
“Começaram a surgir muitas questões enquanto mãe, como o facto de a roupa infantil ser quase tão cara como a de adulto”, acrescenta Madalena, que sublinha o facto de os bebés crescerem demasiado depressa e deixarem de caber nas peças em pouco tempo.
Como funciona o aluguer
Ainda que o foco atual esteja na venda, a marca começou apenas com o negócio de aluguer de peças em segunda mão. Madalena queria trazer uma novidade para o mercado, mas reconhece que “ainda não é para todos”. No entanto, garante: “todos os que usam a opção acham que é bastante prática.”
Neste caso, os clientes podem alugar packs de 30 peças por 45€ por mês. “Normalmente, os bebés vestem o mesmo tamanho durante três meses, mas outros crescem muito rápido. Quando acontece, trocamos o pack para o tamanho seguinte”, explica.
Antes disso, os pais preenchem um formulário com as preferências de cores, estilos ou tamanhos. Alguns, por exemplo, escrevem que preferem peças em linho ou algodão. É consoante essas informações que a fundadora escolhe um total de 60 artigos para que cada pessoa possa selecionar metade.
“É como se tivesse um armário cápsula para o bebé, apenas com o necessário”, resume Madalena. “Há muitas questões antes de iniciarmos o processo. Querem saber como funciona, se cobramos os danos. Há muitas pessoas curiosas que não estão preparadas.”
A renovação do stock
Para essas, a loja online foi criada para “que cada pessoa tenha uma experiência idêntica à de uma loja de roupa normal”, esclarece a responsável, que pretende desmistificar o mercado da segunda mão. “As pessoas só confiam se as fotografias forem boas e revelarem o estado real das peças.”
A oferta pode ir de marcas premium a opções mais acessíveis. Madalena tenta ter peças novas todos os meses já que o principal objetivo, de renovar o stock de forma semanal, ainda não é possível. “Não me cinjo a um estilo, tentamos ter um pouco de tudo.”
“No início, comecei por comprar peças no OLX ou a contactar pessoas que tivessem roupa em grandes quantidades. Tentava comprar o valor mínimo possível”, diz. Entretanto, familiares, amigos e até desconhecidos começaram a contactá-la para dar roupa. “Há quem pergunte se compramos roupa e a resposta é que sim.”
Foi nesta fase que surgiu a ideia para o nome, que junta o slogan “clothes for babies”. “Queríamos uma loja online que pudesse vender para todo o lado, então optámos por um nome internacional”, explica. Atualmente, faz envios para toda a Europa.
O próximo passo passaria por começar a comprar diretamente a roupa, alterando o modelo de negócio. “As pessoas entregam e recebem uma percentagem em dinheiro ou em créditos na loja quando for vendida, de forma a conseguir aumentar a oferta”, explica.
Ainda que acredite que uma loja física fosse “uma boa montra” para aquilo que oferece, abrir um espaço ainda não está nos planos de Madalena. “Gosto da ideia do online, de haver esta plataforma que acho que faz falta.”
Toda a oferta da Clobies, dos 0 meses aos 2 anos, está disponível no site da marca. Há propostas a partir de 50 cêntimos.
Carregue na galeria para conhecer algumas opções.
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