Depois de um longo dia de trabalho, o aguardado descanso é muitas vezes abalado quando se lembra que não tem nada para jantar ou se esqueceu de ir à farmácia. Noutros momentos, a falta de tempo leva a que não consiga ir comprar uma peça de roupa ou um acessório, por exemplo. Problemas com os quais todos nos deparamos e têm sido colmatado pelas aplicações de entregas. A GoBuddy, uma app 100 por cento portuguesa, surgiu no mercado para competir com as grandes empresas internacionais.
Livrarias, lojas de artigos para animais, de gaming, floristas, supermercados, marcas de fitness e muitos restaurantes são algumas das opções que pode encontrar na start-up nacional. São mais de 100 parceiros que já se juntaram ao negócio criado por Filipa Costa, de 27 anos. O foco é, claro, o comércio e a produção local.
“Cresci em Macau, mas fiz os meus estudos em Inglaterra. Vivi 6 anos em Londres e a vida é sempre uma correria, as pessoas trabalham até tarde e o mercado das entregas é algo recorrente”, explica a fundadora, que se formou nas áreas das finanças e da gestão.
Chegada a pandemia, decidiu regressar a Portugal. Devido ao contexto que se vivia, em que os portugueses deram por si fechados em casa, toda a gente estava a fazer entregas. Filipa, que só conhecia as plataformas que se usavam em Londres, como a Deliveroo, ficou fascinada com as queixas que se juntavam às empresas de entrega. Não só quis dar resposta a este problema, como oferecer concorrência aos big players.
A resposta portuguesa às grandes empresas
“Em Portugal, existiam apenas a Uber Eats e Globo. As pequenas empresas portuguesas não tinham muito mercado”, diz, reforçando o contraste com o Reino Unido. Em Londres, a maior aplicação é inglesa. No entanto, o mercado em território nacional funciona em torno de um monopólio: “Senti falta de apoio e de um relacionamento entre as plataformas e os seus parceiros. Por isso, surgiu a minha iniciativa de criar um produto ao mesmo nível, que devote à economia nacional.
O arranque aconteceu no Porto, visto que Lisboa é um distrito com uma área muito grande para um negócio deste tipo dar os primeiros passos. A empreendedora demorou cerca de seis meses a lançar o projeto para oferecer a melhor experiência de compra possível. De acordo com Filipa, no Porto “consegue-se abranger, em seis quilómetros, a maior parte da cidade” e, neste momento, estão em quase todo o lado.
Além de uma pesquisa atenta, foi necessário mapear todos os parceiros em vários sítios, para que os utilizadores de cada área tenham uma lista de vendedores disponível. “O nosso plano é começar por abranger a zona norte, nomeadamente Braga – por ser jovem e com muitas start ups – e continuar a expanção para Coimbra, Aveiro, até chegar a Lisboa, no espaço de um ano”, reforça.
O combate ao desperdício
Um dos maiores destaques da aplicação é o conceito We Care, criado ao longo do último ano. De forma a combater o desperdício os parceiros da GoBuddy podem vender os produtos que iam para o lixo a um preço mais baixo. Embora já existem plataformas que ofereçam um serviço semelhante, é um modelo de magic box, ou seja, “uma descrição muito breve e em que o utilizador nunca sabe o que está a comprar”.
Nesta funcionalidade, o utilizador pode escolher o que comprar e será entregue ao domicílio. Cada parceiro escolhe um horário próprio para esta oferta, sendo que o valor dos produtos fica a metade do preço.
“Senti que o mercado não estava confiante”, conclui. Tivemos que ouvir cada um dos nossos parceiros, contactámos cerca de 600 empreendedores e cada um tem a sua história. Sempre que havia uma mais interessante, davam sugestões. E, atualmente, continuamos a juntar ideias.”
Carregue na galeria para conhecer alguns dos parceiros da GoBuddy. A aplicação vai estar disponível para iOS e Android e, durante o primeiro mês, a taxa de entrega será gratuita. Visite também a página de Instagram e o site da startup.