Lojas e marcas

Golas estilo baby doll com folhos, cores e padrões: os acessórios retro do momento

A Quirky Girl tem opções removíveis, reversíveis e até casacos de ganga. Cada peça transforma completamente um outfit.
As golas transformam as peças mais básicas.

Quando ia à casa da avó, Adriana Santos encontrava sempre um saco com vários trapos. Já sabia o que isso significava e, por isso, não continha o entusiasmo. Começou por usar os pedaços de tecido para passar tardes a fazer roupas para os seus bonecos e, aos poucos, ganhou o gosto pela moda.

No entanto, só em idade adulta é que apostou em aulas de costura a sério. “Nunca cosi um botão”, conta à NiT a administrativa, de 30 anos. Porém, influenciada pelo marido, começou a explorar. “Fui fazendo roupas para mim” e, o que ainda não sabia, aprendia através de vídeos no YouTube.

Quando as suas criações começaram a chamar à atenção, lançou a sua própria marca. A Quirky Girl nasceu a 19 de agosto com o objetivo de criar centenas de coordenados apenas com golas babydoll. Os acessórios — com folhos, padrões e laços — podem ser anexados a uma camisola, um casaco ou uma T-shirt.

A ideia começou quando as colegas elogiavam os desenhos que levava para o trabalho. Queriam saber onde comprava e, quando dizia que eram da sua autoria, ouvia sempre que devia criar uma página. “Diziam que o meu estilo era peculiar e que não estavam habituadas a ver estampados tão fortes.”

O clique só aconteceu no final do verão, quando uma colega se despediu da fábrica onde trabalha, para embarcar numa nova aventura. “Sou velha e estou a arriscar. Dá o salto”, disse-lhe antes de se despedir. Nesse momento, percebeu que não podia adiar mais.

Adriana começou pelo adereço por ser uma forma simples de elevar peças simples. “Quando era pequena, tinha um vestido preto com bolas brancas, com uma gola enorme e estrelas penduradas”, recorda. “Quando via esses modelos, pensava que podia criar algo mais versátil para usar com vários outfits.”

A Quirky Girl traz ousadia para o mercado.

A origem da tendência

Esta tendência remonta para os anos 40. A designer norte-americana de lingerie Sylvia Pedlar, da marca Iris Lingerie, passou a desenhar vestidos de dormir mais curtos para responder à escassez de tecidos nos tempos de guerra. E o estilo babydoll entrou para o glossário de moda.

Na década seguinte, mais precisamente em 1956, o filme homónimo de Elia Kazan contou com uma musa de 19 anos que usava este estilo de adornos para simbolizar a liberdade sexual das mulheres — e não tardou até que gigantes do luxo, como a Balenciaga, as adaptassem nas suas coleções.

O catálogo da Quirky Girl inclui todo o tipo de golas — e não só. Além dos desenhos originais, Adriana lançou também modelos reversíveis, uma espécie de “proposta dois em um”. A oferta da insígnia estende-se a scrunchies para o cabelo e também casacos de ganga oversized e cheios de cor. A empreendedora apostou em peças de roupa com mangas tão grandes e originais quanto os adereços, sempre com a mistura de tonalidades frenética que se tornou uma imagem de marca.

“Tudo o que for feminino é o nosso estilo, mas gostava que as mulheres arriscassem vestir mais cor”, continua. “Tenho colegas que me dizem que sou corajosa por me vestir assim. Algumas até já são clientes e estão a torcer para correr tudo bem.”

A produção é toda feita à mão pela fundadora, que costura as propostas em casa, num processo de “tentativa e erro”. Adriana definiu, desde o início, que não queria recorrer a fábricas para manter “a autenticidade” dos desenhos que idealiza.

Por enquanto, todas as encomendas podem ser feitas através da página de Instagram. O site já está a ser planeado — com lançamento previsto para o final de outubro —, onde vai encontrar peças que variam entre os 15€ (no caso dos scrunchies) e os 150€ (se optar por um casaco). As golas custam 30€.

Aproveite e carregue na galeria para ver alguns exemplos das peças que pode encontrar na Quirky Girl.

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