Em abril de 1970, o tio de Bruno Pires trouxe-o de Trás-os-Montes para Lisboa, onde completou o ensino primário. Até terminar os estudos, o rapaz dividia-se entre as aulas, à noite, e o emprego como funcionário numa loja de louças, onde trabalhou 15 anos.
O que começou por ser uma ocupação tornou-se numa das grandes paixões do empresário atualmente com 66 anos. Após abrir uma série de espaços dedicados à cerâmica na década de 80, mudou-se para as Caldas da Rainha, um dos locais de origem da cerâmica no nosso País.
Foi na cidade da região Oeste que abriu a Casa das Louças, em 2019. Para complementar o negócio, que tem sido um sucesso, abriram um novo ponto de venda da marca a 21 de dezembro, localizado na mesma rua que a principal, mas com um catálogo ainda mais diversificado.
“Já não conseguíamos ter tudo numa só loja, mas queríamos receber mais variedade”, explica o fundador à NiT. “Assim, enquanto uma vai ter mais diversidade de um tipo de artigos, outra vai focar-se mais em propostas que não tínhamos tanto, como inox, utensílios de cozinha, copos e até roupa de cama.”
A ideia surgiu após o espaço Um Monte de Coisas, uma loja de decoração mais pequena que Bruno detinha com a mulher, ter encerrado no Natal, para mudar de gerência. A primeira morada da Casa das Louças, em frente ao chafariz das cinco bicas, próximo da Praça da República, continua a funcionar.
Apesar de o catálogo ter sido ampliado, a oferta continua a focar-se na decoração, pratos, canecas, chávenas, jarras, copos e travessas 100 por cento portuguesas — entre muitas outras peças. Os protagonistas são os pratos, que atraem clientes de todo o País. Muitos chegam de Lisboa, outros do norte e centro, após terem fotografias nas redes sociais.
Se, por um lado, na primeira loja existem maiores oportunidades de pratos a 1€, por exemplo, bem como louça maior (como travessas e saladeiras), nesta há outro tipo de íman para os clientes. “A principal é que nunca tivemos uma variedade tão ampla de conjuntos completos, bem como de uma gama diferente”, acrescenta.
Um dos principais diferenciais do negócio são, desde o início, as promoções regulares. Ali é possível comprar conjuntos com três peças por 3€, que podem ser compostos por todo o tipo de propostas. As oportunidades têm uma duração limitada e variam ao longo do tempo, o que significa que a cada nova visita encontrará uma diferente.
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“Além disso, mandámos fazer pratos que só nos temos, como uma unidade com o formato de uma romã ou de alcachofra, que são muito requisitados há algum tempo. Têm sido um grande sucesso”, confessa, sem esquecer os conjuntos Costa Nova e outros bestsellers.
Todos os artigos — a maioria são excedentes de fábricas ou louças de recolha — são vendidos à unidade. Há pratos a partir de 50 cêntimos, sendo que o preço médio ronda os 2€. Feitas as contas, poucas peças chegam aos 9€, mas o importante, garante Bruno, é oferecer variedade.
Bruno gosta ainda de destacar o atendimento. “Sou uma daquelas pessoas privilegiadas que têm o prazer de fazer o que gostam, que neste caso é comprar e vender louças”, revela à NiT. “Apaixonei-me e arrastei outras pessoas para isto, inclusive a minha mulher e mãe dos meus filhos. Já tenho vários parentes neste negócio.”
Para quem não consegue deslocar-se até Leiria, o proprietário organiza vários mercados e a agenda dos locais pode onde vai passar está disponível online. Em dezembro, por exemplo, terminaram em Cascais e passaram por Mértola, Pinhal Novo ou Grândola, entre outros. Ainda não anunciaram os planos para janeiro.
“O mais importante é haver novidades todas as semanas para motivar os clientes, dos mais recentes aos antigos, a regressarem.” E não há nada que dê mais prazer a Bruno Pires que encontrar novos artigos. “Já tive restaurantes, mas a paixão foi sempre pela louça e será até ao final da vida”, conclui.
Carregue na galeria para descobrir algumas das peças que pode encontrar na loja.
