Numa visita à fábrica Diniz & Cruz, para preparar a coleção da estação fria, a equipa da ISTO deparou-se com uma “descoberta única”. Os rolos de tecidos deixados para trás encontravam-se em quantidades demasiado reduzidas para a produção em grande escala, mas eram “demasiado especiais para serem descartados”.
Conhecida pela sua abordagem sustentável, a marca portuguesa apostou numa edição limitada de blazers feitos a partir de deadstock, inseridos na coleção de outono-inverno. A linha é composta por sete casacos feitos com diferentes tecidos de lã e caxemira e cada um está disponível em quantidades limitadas.
“Temos sempre a ambição de inovar, seja nos materiais ou nas formas de minimizar o impacto ambiental e de prolongar a vida de um tecido que já foi usado”, explica à NiT, Leonor Ferreira Lopes, diretora de marketing da insígnia. “Apostámos neste resgate para criar uma linha ainda mais exclusiva.”
A par dos blazers, destaca outras novidades — como o trench coat feito a partir de algodão 100 por cento orgânico, com acabamento sem flúor e repelente à água. “Sendo uma linha pensada para cobrir os essenciais do guarda-roupa masculino, fazia todo o sentido serem peças intemporais”, acrescenta.
A linha conta com referências em que só foram produzidas pouco mais de 15 unidades, mas também designs com uma única unidade e um tamanho à venda. Tudo dependeu da quantidade de matérias-primas disponíveis.
Esta exclusividade é um dos motivos do sucesso de uma marca que já conquistou nomes como Ryan Reynolds. A primeira vez que o ator, de 48 anos, foi visto com uma peça da marca foi em julho, quando publicou uma fotografia a vestir umas calças de linho da etiqueta.
Plissadas e confecionadas em “linho 100% italiano de primeira qualidade”, as calças têm um corte regular. Porém, as pernas seguem um design ligeiramente cónico “assegurando versatilidade, respirabilidade e um conforto inigualável”, continua a insígnia.
O modelo, que está disponível por 125€ no site da marca, é feito a partir de fibras naturais, a partir de uma técnica especial de tingimento que resulta em “variações na tonalidade da cor”. Uma escolha intencional para tornar a opção ainda mais única. Além do azul escuro, as calças têm uma versão bege.
Embora acredite que tenha sido “uma consequência da expansão internacional”, Leonor sublinha que, desde o primeiro dia, a ISTO aposta nos mercados internacionais. O norte da Europa e os EUA têm liderado o topo de vendas online. “Ryan Reynolds tem usado várias peças nossas. Depois da primeira vez, apareceu com um casaco de ganga em outubro, quando estava com a Blake Lively.”
Não é, porém, o único exemplo. Os atores Ethan Hawke e Dermott Mulroney e o humorista Ramy Youssef são outras das estrelas que já se cruzaram com as propostas de um negócio que não pára de crescer dentro e fora de Portugal.
A resposta do público internacional “tem sido excelente”. No início deste ano, abriram uma loja permanente em Berlim, na Alemanha, onde já tinham explorado o formato pop-up. O ponto de venda junta-se assim à loja na cidade de Haarlem, nos Países Baixos.
“Este ano, apostámos muito na coleção de outerwear e pretendemos continuar porque tem tido uma resposta muito positiva por parte dos clientes”, conclui. “Vamos querer crescer com novas lojas físicas e a apostar em mercados como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.”
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A história da ISTO
Em julho de 2017, Vasco Mendonça — um dos autores de uma das páginas sobre futebol mais populares no Facebook, “Um Azar do Kralj” —, Pedro Palha e Pedro Gaspar juntaram-se para lançar a ISTO, uma marca masculina de T-shirts, camisas Oxford e tote bags feitas com materiais orgânicos.
Os três conheceram-se nesse ano, quando começaram a trabalhar juntos na Uniplaces. “Em conversa, percebemos que gostamos do mesmo tipo de roupa. Aliás, tínhamos uma insatisfação em comum: adorávamos as peças da marca americana Everlane, que não faz entregas para Portugal”, contou Vasco à NiT.
Quanto ao nome, optaram por um acrónimo. As letras significam Independent, Superb, Transparent, Organic — ou seja, independente, magnífico, transparente e orgânico, os quatro pilares definidos desde o início.
Na altura, a marca ficou conhecida pela transparência — no site tinham (e continuam a ter) os preços todos discriminados, desde o valor de produção aos custos do transporte e matéria-prima. Mais tarde, em 2018, os três amigos decidiram criar uma coleção feminina, com três peças. Uma experiência que, entretanto, abandonaram como lhe contámos.
Abriram o primeiro ponto de venda físico numa ampla sala do século XIX do Palácio Ribeiro da Cunha, no Príncipe Real, em Lisboa, a meados de dezembro de 2018. Seguiu-se um segundo em Campo de Ourique, em 2020, e uma terceira abertura na Rua Nova da Trindade, no Chiado, em 2021.
Além dos estabelecimentos temporários que foram abrindo Europa fora, a ISTO integra já quatro lojas permanentes em Lisboa, uma loja permanente em Berlim, na Alemanha, e outra na cidade de Haarlem, nos Países Baixos, que inauguraram em 2023.
As compras podem ser feitas online ou nas lojas físicas. Os valores variam entre os 38€, no caso das T-shirts, e os casacos podem rondar os 500€, por exemplo.
Carregue na galeria para conhecer algumas das peças da nova coleção da marca.