LET'S ROCKAssim que estreou a segunda temporada de “Rabo de Peixe”, a 17 de outubro, todos os olhos estavam postos em Kelly Bailey. Para interpretar Bruna, a atriz apareceu com um visual marcante, com o cabelo rapado, looks urbanos e até as joias foram pensadas ao pormenor.
No que aos acessórios diz respeito, as peças são assinadas pela designer portuguesa, criadora da marca MUMNOKE, que trabalha com joalharia há cerca de sete anos. O seu ADN rapidamente se misturou com a rebeldia da nova protagonista.
A oportunidade surgiu através da stylist da luso-britânica, Cristina Homem de Gouveia, que escolheu algumas peças da primeira e única coleção da marca, Aftermath. “Foi tudo muito espontâneo”, explica a criativa, de 30 anos, à NiT. “Não planeei que as peças fossem usadas numa produção, e é bonito ver como as coisas acontecem de forma genuína, sem forçar nada.”
Com uma lista de clientes que inclui Rita Patrocínio, a autora acrescenta: “Tenho tido a sorte de ver as minhas peças serem usadas por pessoas que admiro, artistas e amigos que se identificam genuinamente com o que faço. Gosto que tudo aconteça sem estratégias forçadas.”
Formada em design de equipamento na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, em 2014, a artista começou a trabalhar com joias há sete anos. Antes disso, fez uma pós-graduação em design de moda, mas rapidamente percebeu que a sua paixão não eram os tecidos.
“A transição foi muito natural”, recorda. “Sempre soube que queria criar objetos e materializar ideias em algo físico. Com o tempo percebi que a joalharia era o meio perfeito para isso, uma forma de juntar o lado escultórico do design de produto com o universo da moda.”
Esta experiência reflete-se no estilo que começou a criar, com artigos que nascem “da mistura entre força e delicadeza”. “Procuro estabelecer um diálogo entre o bruto e o refinado, onde o instinto encontra a sofisticação. Há uma base escultural e experimental, mas também um lado muito emocional.”
Joana inspira-se em elementos na natureza, da arquitetura, do cinema ou, apenas, “em objetos com história”, que resultam em anéis chunky, colares com detalhes arrojados ou brincos com formatos inesperados. E muitas, mas mesmo muitas correntes. “A ideia de liberdade, de autoexpressão e de seguir a minha intuição está sempre presente”.
A rápida evolução da marca levou-a a fundar a MUMNOKE, em 2022, um projeto pessoal que também nasceu “de forma muito orgânica”, para refletir o seu olhar sobre o design. É um trabalho que tem vindo “a construir com muita calma”, daí ainda só ter apostado numa coleção.
A verdade é que as primeiras peças foram o suficiente para chamar à atenção de um público internacional. Além das vendas online, Joana tem alguns artigos expostos numa concept store, em Barcelona, Espanha.
Do início ao fim, todas as peças são pensadas e criadas por si, sendo que são produzidas artesanalmente em edições limitadas. O processo, explica, é “muito intuitivo” e acontece num espaço próprio onde se sente à vontade para testar todas as suas ideias.
“Gosto de experimentar formas, proporções e técnicas até encontrar o equilíbrio certo. Sempre que possível, tento que as peças tenham mais do que uma forma de serem usadas”, revela.
Quanto à coleção de estreia, Aftermath, a criativa acrescenta que é uma síntese de todo o percurso que fez até chegar aqui. “Mistura o meu gosto por objetos com história, o meu lado experimental e a influência punk”, sentida sobretudo nos chokers com detalhes em corrente, que se amarram como um corpete.
Três anos após o lançamento da marca, Joana tem uma segunda coleção quase pronta para ser fotografada e não esconde o entusiasmo com o que aí vem. “Quero, acima de tudo, continuar a explorar novas técnicas, materiais e colaborar com pessoas criativas de outras áreas”, conclui.
A primeira coleção da MUMNOKE está disponível online. Os preços das peças começam a partir dos 120€.
Carregue na galeria para conhecer algumas das propostas.
Artigos relacionados
