Em 2011, dois miúdos desconhecidos decidiram saltar de um telhado e gravar o momento para as redes sociais. “Oh Joca, não dói, juro pela minha morte”, exclamou o primeiro corajoso, antes de ver o amigo a cair de cara no chão. O momento tornou-se um marco do humor nacional.
Volvida mais de uma década, a expressão faz parte do leque de frases que entraram para o vocabulário de muitos portugueses. Popularizados através de vídeos ou reality shows, estes memes são agora utilizados para ironizar certas situações ou brincar com situações desconfortáveis.
Quando Eduardo Duarte notou a presença destas pérolas no quotidiano, o jovem de 22 anos percebeu que isso poderia dar origem a um negócio. “Como a maioria das pessoas à sua volta usava estas referências, quis perceber a reação a peças de roupa que estampassem as mais icónicas”, explica à NiT.
Assim foi. Descrita como a marca com “o streetwear mais português de sempre”, a Trapalhão nasceu no final de novembro com hoodies e T-shirts oversized, com ou sem ilustrações, que transportam frases tão enraízadas na cultura popular portuguesa para o nosso guarda-roupa.
“Menti em quê?”, Vou-te Comer, e Comi”, “Não Estavas Capaz Não Vinhas” ou “Tanta Luz Parece um Aeroporto” são outros dos exemplos que vai encontrar gravados nas peças da etiqueta. Quanto ao nome, o fundador explica: “Surgiu enquanto pensava em palavras e foi o que soou melhor”.
Esta não é a primeira vez que Eduardo arrisca na criação de uma loja online. “Sempre tive interesse nestes negócios, então fui fazendo experiências que não correram tão bem. Esta é a que está a ter maior sucesso”, acrescenta Eduardo Duarte, que está a terminar o mestrado em análise de dados.
O empresário começou por selecionar as expressões mais conhecidas. “Juro Joca”, por exemplo, é uma das peças mais vendidas até ao momento, rivalizando apenas com a que diz “vou abandonar, tenho consulta às cinco.”
Unissexo e folgadas, as T-shirts são feitas 100 por cento em algodão, enquanto os hoodies contam com uma composição com 89 por cento desse material. Os produtos variam entre os tamanhos XS e XXL, para servirem ao maior número possível de clientes.
Quanto à produção, a loja segue um conceito de print on demand. Quando uma das peças é encomendada, é automaticamente produzida por um fornecedor alemão “muito utilizado em marcas de streetwear”, explica. No futuro, Eduardo gostaria de ter uma produção própria. “Foi mais vantajoso para fazer os envios europeus.”
Sobre os próximos lançamentos, o fundador não se quer prender a um calendário muito específico. “Quando surgir uma nova expressão ou tiver um meme mais trendy, será sempre uma boa oportunidade para criar outro meme”, refere.
Além disso, quer criar mais hoodies de diferentes estilos. E até já pensa em criar conjuntos completos, com partes de cima e calças de fato de treino a combinar.
“A evolução passará sempre por criar novos designs, mas sempre com estas ou outras expressões”.
As peças da Trapalhão estão disponíveis no site da marca a partir dos 41,99€. Carregue na galeria para conhecer algumas das sugestões.