A roupa de banho tem associadas uma série de questões que nem sempre pensamos profundamente. Logo à partida, costuma deixar boa parte do corpo exposta, o que não agrada a todos. Também há a questão de nem sempre ficar bem a toda a gente. Além de tudo isto, há ainda outras questões como os melhores materiais ou a moda.
Todas estas questões foram pensadas ou vivenciadas por duas amigas, Joana Pinto e Cátia Almeida, ambas com 26 anos e da Charneca de Caparica, Almada. Foi precisamente por isso que lançaram a 8 de março a Kaukai, uma nova marca portuguesa de swimwear, mas nem tudo foi fácil e o projeto já vem a ser pensado há mais de um ano.
Cátia Almeida estudou Artes e a sua vida mudou quando em 2014, com 20 anos, conheceu Ricardo Horta. Começaram a namorar e nesse ano o futebolista profissional foi para Málaga, pelo que Cátia foi com ele, passou a acompanhá-lo e não deu continuidade aos estudos. Hoje vivem em Braga, são pais de duas meninas e foi precisamente quando foi mãe que percebeu que em Portugal não tinha facilidade em encontrar roupa de banho com peças em match de mãe e filha ou filho.
Por sua vez, Joana Pinto, que trabalha numa consultora, é licenciada em Solicitadoria e fez o mestrado em Gestão. Foi já nesta segunda fase de estudos que resolveu fazer um curso de costura e passar a desenhar e confecionar os seus próprios biquínis. O feedback que recebeu de outras pessoas foi tão bom que resolveu tornar isso num pequeno negócio.
“Decidimos aliar as duas coisas e nasceu a Kaukai”, revelam à NiT.
Assim, esta marca 100 por cento nacional orienta-se para peças de swimwear para mulher, Mix & Match para mãe e filhos e, depois de alguns pedidos para pais, irá brevemente lançar também uma linha para homem.
“O nosso maior foco era que os modelos se adaptassem a qualquer corpo e por isso escolhemos meninas com curvas diferentes para a sessão fotográfica da primeira coleção para provarmos com fotos que os modelos ficam lindos em todos os corpos”, dizem, explicando ainda que esta preocupação é notória também no facto de todos os modelos poderem ser usados de várias maneiras, bem como os tamanhos XS e XL estarem a ser incluídos em coleções futuras. Até porque querem provar que “todos os corpos vestem biquínis”.
Outro dos focos da marca é também a questão ambiental e da sustentabilidade, pelo que todos os modelos são feitos de uma lycra especial, amiga do ambiente e mesmo as etiquetas ou as embalagens são pensadas com detalhe.
“É produzida em parceria com uma associação voluntária de mergulhadores que retira os resíduos e redes dos mares, que de seguida vão para produção e nasce o Nylon Econyl. Decidimos não ter etiquetas de plástico e as embalagens de envio também são recicladas.”
Não se pense que no meio deste projeto foi tudo fácil, muito longe disso. Joana e Cátia tiveram de lidar com a distância, as reuniões por videochamada e até com a pandemia, que gerou outros problemas como atrasos na produção, fábricas encerradas ou proibição de circulação. Desde que a ideia saiu do papel, em maio de 2020, demorou quase um ano para sair a primeira coleção.
“Foi tudo muito difícil desde o início até o fim”, ainda assim, garantem que “o feedback e a adesão têm sido tão bons que faz valer cada noite sem dormir”.
Neste momento, estão já a preparar as peças da próxima coleção de verão, que em junho deverá incluir os modelos masculinos, e já têm propostas para vender os produtos em lojas físicas.
Para já, os fatos de banho (75,50€) e os biquínis (65,50€) de mulher, os fatos de banho de menina (45€) e os calções (40€) de menino estão à venda através do site da marca. Todas as informações podem ser vistas tanto aí como nas páginas de Facebook e Instagram da Kaukai.
