Lojas e marcas

Marca portuguesa de cosmética vai fechar após proibição de microplásticos na UE

Os produtos brilhantes da Musa tornaram-se virais nas redes sociais graças a influencers, maquilhadores e vários artistas.
Rita Dobrões é a fundadora.

Desde que foi lançada, em 2018, a Musa tornou-se uma das marcas mais populares em Portugal e no mundo. Conhecido pelos seus produtos cheios de glitter, o negócio chegou a maquilhadoras de cantoras conhecidas, como Cardi B, ou a influencers com milhões de seguidores. Logo, tornou-se comum ver estas propostas brilhantes em tutoriais de maquilhagem no Instagram ou no TikTok.

Apesar do sucesso, a etiqueta anunciou esta segunda-feira, 29 de abril, que vai mesmo acabar após a proibição de microplásticos na União Europeia. Com a nova legislação, que tem como objetivo reduzir o impacto ambiental destas partículas, deixou de ser possível fabricar e comercializar os Creamy Glitters que se tornaram artigos pioneiros no mundo da beleza.

“A marca, que começou com o propósito de nos fazer brilhar tanto por fora como por dentro, com tristeza em relação à situação, aconselha todas as Musas, a reabastecerem-se dos seus Creamy Glitters favoritos que serão descontinuados para sempre até ao final de 2024”, esclarece a fundadora, Rita Dobrões.

Na mesma nota, a etiqueta promete voltar, já no início de maio, com um rebranding e com novidades. O futuro passa por ter lançamentos “que prometem revolucionar o mundo da cosmética”, mas sem o atual bestseller.

Em outubro do ano passado, a Musa abriu o primeiro espaço físico da marca em Vila Nova de Gaia, no Porto. Chama-se House of Muses. Os responsáveis descrevem a loja como a “beauty store mais brilhante do País”. Abre portas aos clientes uma vez por mês. O objetivo é permitir que as pessoas vejam de perto e experimentem todos os artigos mais vendidos da marca.

 
 
 
 
 
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O início do sucesso

A ideia de criar a Musa surgiu em 2018, quando a fundadora Rita Dobrões estava a concluir a licenciatura em marketing e trabalhava numa discoteca, em simultâneo. “Usava muitos brilhantes em pó nos olhos e as raparigas perguntavam-me onde o arranjava. Quando lhes contava, diziam que era muito difícil de aplicar”, recordou à NiT.

Ao mesmo tempo, sempre teve um espírito empreendedor. “Vendia limonada à porta de casa, fazia tererés para as outras crianças, vendia pulseiras e porta-chaves. Tinha vontade de fazer coisas diferentes — queria fazer de tudo. Tentei lançar outros negócios antes da Musa, em áreas completamente distintas, mas por ser muito inexperiente, não correram como esperava”.

Com o passar do tempo, percebeu que se existisse uma opção semelhante aos brilhos que usava, mas em creme, a adesão iria ser enorme. Após dois anos a desenvolver a fórmula, com ajuda de um laboratório nacional, lançou o creamy glitter e apresentou um produto pioneiro no mercado da cosmética internacional. 

“As pessoas diziam que não havia nada tão suave de aplicar. E ficava o dia e a noite toda, se fosse preciso”, conta. “Além disso, começámos a diferenciar-nos pela criatividade nas campanhas que fazíamos e a chamar à atenção de um público internacional.”

Em 2021, a Musa foi distinguida, pela agência Brinfer, como a 15.ª etiqueta mais reconhecida nas redes sociais, sendo o único negócio português a fazer parte da lista. “Criamos as nossas fórmulas, mas ainda não somos nós a produzir. É tudo feito em Portugal e acompanho o processo desde o início, mas tencionamos assumir o controlo a partir de 2024”.

Até ao final do ano, é possível comprar os produtos no site da Musa, sendo que algumas cores já se encontram esgotadas. Carregue na galeria para as conhecer.

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