Desde que assumiu o cargo de presidente do grupo Inditex, em novembro de 2021, Marta Ortega tem mostrado um estilo de liderança muito diferente do pai. Ao contrário do fundador da Zara, Amancio Ortega, que raramente concedia entrevistas, a herdeira do império não se esquiva a falar com a imprensa. Em agosto do mesmo ano — uns meses antes de ser oficialmente nomeada responsável máxima —, Marta esteve à conversa com “The Wall Street Journal”.

Agora, volvido mais de um ano, a líder de 39 anos, voltou a falar sobre o futuro da gigante do têxtil. Desta vez, em entrevista ao “Financial Times”, publicada a 29 de março, frisou que a sua principal preocupação não é o lucro —, mas sim o valor dos artigos que colocam à disposição dos consumidor.

“Não nos reconhecemos no que se chama fast fashion”, afirmou Ortega ao jornal britânico. “Ser fast fashion sugere que a qualidade está comprometida, exatamente o contrário do que procuramos oferecer.

Na mesma conversa, a empresária afirma que a Zara tem mais de 250 designers e cerca de 40 por cento da equipa está focada nos produtos que oferecem e no desenvolvimento de moldes. “E são testados em modelos reais”, sublinha.

Ao mesmo tempo, desvincula-se do modelo de produção da gigante chinesa Shein, conhecida pelos preços muito reduzidos e muitas vezes intitulada de ultra fast fashion. A presidente do grupo Inditex, que produz, anualmente, cerca de 450 milhões de peças de roupa explicou ainda que o modelo de negócio dá resposta à procura constante dos cliente, o que justifica a distribuição acelerada.

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