São muitas as características que herdamos da nossa família. No caso das irmãs Luísa e Graça Barbosa, 50 e 53 anos, foi através do gosto pela moda e joalharia, que percorre a árvore genealógica, que descobriram a vocação. “A nossa bisavó comercializava chapéus, ia a Paris para comprar os modelos que se usavam na época”, conta à NiT Luísa, a mais nova.
Ao crescerem, acompanhavam as revistas internacionais e viam a mãe a desenhar os modelos que a costureira criava e a avó vendia. Mas, acima de tudo, apostavam em joias e acessórios diferentes: os brincos distintos, atacadores de cores diferentes nas sapatilhas e peças contrastantes — sempre à procura da autenticidade.
Em janeiro, a dupla decidiu criar a Moges para partilhar esta paixão com outras mulheres que olham para a moda da mesma forma. Trata-se de um novo conceito de joalharia, segundo as fundadoras, com uma premissa em torno da personalização. É, sobretudo, a criatividade da cliente que deve sobressair nos modelos.
O nome da marca, como não podia deixar de ser, é uma referência familiar. Neste caso, ao pai, que se chamava José Hermógenes, mas que era carinhosamente apelidado de Moges. “Faleceu quando eu tinha nove anos, mas foi uma figura que nos marcou pela positiva. Estamos sempre a descobrir novas facetas através de amigos”.
Para criar o negócio, aproveitaram a experiência em comum na indústria têxtil. Luísa sempre trabalhou em fábricas têxteis, enquanto que Graça se dedicou ao retalho. Chegou a abrir uma loja de carteiras de luxo, em Braga, mas o projeto foi interrompido há quatro anos por motivos de saúde.
“A nossa mãe ficou doente e tornámo-nos cuidadoras a tempo inteiro. Ela faleceu há dois anos e foi muito difícil retomar, física e mentalmente. E, já na casa dos 50, começámos a pensar: temos que criar algo que se identifique com a nossa forma de ver o mundo.”
Todas as peças são feitas em prata dourada, mas sempre com a exclusividade em mente. Foi por isso que criaram um modelo único: o Block Moges. De forma simples, a cliente pode usar a imaginação para transformar duas ou mais pulseiras e um pequeno lock num acessório “único, intransmissível e variável” que substitui o colar tradicional.
“O objetivo é que dê para usar de forma mais clássica, seja num jantar, um brunch ou uma cerimónia. E, sem destoar do ambiente, pode transmitir o seu estilo pessoal”, resume, sobre as peças “versáteis, descontraídas e práticas” que se adaptam a qualquer idade ou estilo.
Quanto ao modelo de negócio, optaram por coleções cápsula em vez de lançamentos sazonais, de forma a dar novidades mais rápidas e limitadas. Todas as peças que vendem são feitas à mão em fábricas no norte do País ou através de parcerias com algumas confeções italianas.
Em breve, pretendem ainda lançar a coleção masculina, que queriam ter apresentado desde o início. “Curiosamente, a primeira encomenda que recebemos foi de dois homens, logo estão atentos”, conclui. As duas irmãs dizem que querem ainda evoluir para os anéis e, passo a passo, aumentar a oferta do catálogo.
Quanto aos preços das peças, variam entre os 24€ e os 348€ no site da Moges. Carregue na galeria para conhecer algumas das propostas.