A espontaneidade é uma força motriz no processo criativo. A criação da Mustique, em 2018, teve por base o improviso e as circunstâncias. E foi também dessa forma que os dois fundadores, Vera Caldeira, de 31 anos, e Pedro Ferraz, de 29 anos, decidiram expandir o negócio com a abertura de uma segunda loja no número 106 na rua de Santos-o-Velho, em Lisboa.
Enquanto faziam viagens paralelas pela Ásia, os dois criativos, que se conheceram na escola, acordaram encontrar-se no Cambodja, “numa ilha mágica chamada Koh Rong”. Foi nesse momento que Pedro partilhou o seu sonho de criar um projeto próprio e desafiou Vera a embarcar nessa aventura.
Em conversas com estranhos foram aconselhados a visitar a Índia, onde aterraram alguns dias depois. Em Jaipur, capital da região indiana do Rajastão, decidiram produzir camisas vibrantes, marcadas pela cor e pela irreverência. Mais de três anos depois, a ideia concebida do outro lado do mundo materializou-se num número impressionante de vendas e abriram a primeira loja, em 2020, no número 90 da Rua Poiais de São Bento. Contudo, não se ficaram por aí.
Mais uma porta aberta
“Apesar de vivermos numa era digital consideramos muito importante existirem espaços físicos que funcionam como um ‘touchpoint’ para as pessoas interagirem com a marca”, explica Vera à NiT. O feedback que receberam na sequência da abertura da primeira loja fez com que, um ano e meio depois, não hesitassem quando surgiu a oportunidade de terem um novo ponto de venda. Não estavam à procura de um espaço, mas quando souberam que o local estava disponível, não o deixaram escapar.
Nesta segunda abertura, optaram por uma zona que tem vindo a crescer em termos de restauração, hotelaria e também de lojas. Estão situados na freguesia de Santos-o-Velho, onde apresentam um conceito totalmente diferente do espaço cheio de cor e madeira em S. Bento, desenvolvido pela artista visual Mafalda Matos.
Desta vez, os fundadores contaram com o apoio da dupla de arquitetos Mariana Peralta e Miguel Ortigão, do atelier StudioAlba. Na loja de 80 metros quadrados, os tijolos destacam-se como sendo o principal material utilizado, “pintados de branco e usados para construir quatro módulos sobre rodas que podem ser usados para expor objetos dispostos em diferentes posições”.
Com um briefing que assentava numa atmosfera minimalista, em cimento, e com linhas mais cruas, atingiram o objetivo: “queríamos que o espaço de Santos fosse diferente, mais clean, até porque sabíamos à partida que iríamos ter outras marcas lá. Criámos um ambiente onde diferentes etiquetas pudessem coexistir de forma harmoniosa”.
Esta expansão da Mustique a uma nova zona da capital não acontece de forma solitária. Ao mesmo tempo que querem diversificar a oferta com novos produtos, indo além das camisas características, os fundadores apostam também em colaborações com talentos emergentes do mundo da moda e das artes. Na nova loja, já estão presentes dois expositores com peças de duas marcas convidadas — a joalharia com assinatura de Juliana Bezerra e as sandálias da Mama Praia.
“Gostamos de criar, de inovar, de crescer, e de abraçar novos desafios”, continua Vera. Por isso mesmo, este ano estão a lançar, pela primeira vez, calções, calções de banho, meias e uma crewneck sweater. Acrescentaram mais modelos de calças e vão, claro, continuar a produzir as camisas irreverentes que os distinguem.
Neste momento, pode visitar os dois pontos de venda da marca, no número 106 da rua de Santos-o-Velho e no número 90 da rua Poais de São Bento. Pode descobrir todas as peças no site da marca. Carregue na galeria para descobrir alguns dos artigos que pode encontrar na Mustique e os respetivos preços.