Quando foi pai pela primeira vez, em maio de 2022, a vida de João Dias foi virada do avesso. Os biberões, fraldas e chupetas passaram a fazer parte da rotina do advogado. Graças ao filho recém-nascido percebeu que, afinal, não resistia aos encantos das roupas e dos brinquedos em miniatura.

“A minha namorada [Maria Rocha] incutiu-me o gosto por procurar artigos diferentes. Queríamos que fossem úteis, mas sempre com um bocado de design”, conta à NiT. Como nem sempre encontravam o que procuravam no mercado nacional, lançaram o seu próprio negócio, um desejo que tinham há muito.

O nome da marca significa filho em japonês. João traduziu a palavra para várias línguas à procura de um termo sonante e apelativo e “Musuko” foi o escolhido. No final de novembro do ano passado, apresentou as primeiras propostas da etiqueta — que vão das roupas aos acessórios, brinquedos e até utensílios para as refeições.

“No fundo, fizemos a seleção do que queríamos ter no catálogo com base n nossa experiência como pais”, acrescenta o fundador, de 33 anos. Destaca um dos maiores sucessos de vendas, um dispositivo para abanar o carro do bebé, que já usavam antes do lançamento do projeto.

Além de brinquedos seguros para morder, feitos em borracha natural e tinta alimentar, a oferta inclui ainda “colheres biberão, para meter a papa ou a sopa dentro, e acessórios em plástico reciclado ou bambu, como as mochilas”.

A oferta de vestuário aposta em designs intemporais e tons neutros ou terra. O objetivo é “priorizar o conforto e a segurança” e, por isso, “todas as peças são feitas com tecidos de qualidade, nomeadamente 100 por cento de algodão orgânico”, refere.

João continua a trabalhar como advogado, o que dificulta a gestão do tempo. “[Dedico-me à Musuko] nas horas vagas, ao fim do dia e à noite, com muito esforço. É mais um projeto de coração, então nem parece que estou a trabalhar”.

Como queriam lançar o negócio rapidamente, começaram por recorrer a fornecedores estrangeiros fazendo uma curadoria apertada dos produtos de puericultura fabricados um pouco por todo o mundo, da Austrália ao Reino Unido. “A maior parte dos artigos tem designs característicos dos países de origem, cada um com o seu estilo”, frisa.

Com o avançar do projeto, a ideia é ter uma produção a nível nacional. João e Maria, apoiados por Joana Azevedo na vertente comercial, já estão em contacto com várias fábricas no norte do País e com fornecedores nacionais de tecidos. O desenho de uma nova coleção, desta vez produzida em Portugal, irá começar em breve.

Ao mesmo tempo, estão a desenvolver um mercado em segunda mão, “porque as roupas de bebé duram muito tempo e ficam novas”. A categoria “pre-loved” vai permitir aos clientes enviarem peças que têm guardadas e já não servem aos filhos, para que outros pais as possam comprar a preços reduzidos.

Todos os artigos podem ser adquiridos no site da Musuko e, no caso do vestuário, os preços variam entre os 15€ e os 55€. Carregue na galeria para conhecer algumas das propostas.