Imagine uma loja de roupa que funciona como se estivesse na mercearia a comprar laranjas: escolhe as peças de que mais gosta, coloca-as numa cesta e no final dirige-se à caixa para pesá-las na balança. O valor da conta, já se sabe, vai sempre depender do preço do produto ao quilo.
É assim que funciona na Flamingos Vintage Kilo, a loja de roupa em segunda mão que chegou ao número 168 da Rua dos Douradores, em Lisboa, em novembro de 2019. O espaço colorido de 100 metros quadrados está cheio com peças de roupa e acessórios do teto até ao chão, que vêm de décadas tão distantes como os anos 40.
“É roupa vintage, mas tem mais qualidade do que a que se faz agora”, explica à NiT Sara Dorado, uma das sócias, que já tem também uma loja de roupa vintage em Badajoz, Espanha, com oito anos — a Dorado Vintage.
Apaixonada por Lisboa, a espanhola de 31 anos juntou-se a três amigos para começar um projeto em Portugal. A solução foi abrirem um franchising de uma espécie de império do vintage em Espanha, a Flamingos. O conceito nasceu em Barcelona há quase nove anos e desde aí já abriram 45 espaços em três países. Grande parte da mercadoria vem dos Estados Unidos.
A partir da central da empresa no Texas chegam artigos únicos que podem custar 13€, 24€ ou 39€ ao quilo, dependendo das características. No entanto, o valor mínimo que pode pagar é sempre de 7€ — se quiser, por exemplo, comprar uma T-shirt cujo peso corresponda a menos, terá de acrescentar mais qualquer coisa à balança ou pagar simplesmente os tais 7€ por uma única peça.
Na nova Flamingos vai encontrar botas da Dr. Martens, calças da Levi’s, vestidos de época, casacos de aviador, coleções western e carteiras em perfeito estado. Há também peças de luxo mais exclusivas, para as quais é estabelecido um preço fixo, além dos vestidos de noiva de que os clientes “gostam muito”, garante a empresária. Apesar de as coleções abrangerem quase todas as décadas do século passado, o destaque vai para os anos 70, 80 e 90.
Associada ao vintage há sempre uma preocupação com o ambiente. “Somos muito conscientes de como o mundo está e que temos muito trabalho para fazer”, explica Sara, acrescentando que “as pessoas consomem muita fast fashion e não sabem os danos que isso provoca. Nós propomos uma moda sustentável e responsável”.
Além das roupas em segunda mão, a Flamingos faz bomber jackets a partir de peças que já não estão em condições de serem vendidas, reciclando o tecido para não haver desperdício. O resultado são apenas 10 exemplares de cada modelo, enviados para as várias lojas para garantir a exclusividade.
De seguida, carregue na galeria para conhecer melhor o novo espaço da Baixa.