Um negócio familiar com mais de 70 anos de história instalou-se a 19 de novembro, mesmo à frente do Jardim do Arco do Cego, em Lisboa. O Armazém das Malhas foi fundado nos anos 40 por Durbalino Figueiredo e atualmente é gerido pelos seus netos, Tiago e Tomás Marques.
Em 1971, o Armazém das Malhas ocupou o espaço de uma antiga retrosaria na Rua do Forno do Tijolo, no bairro dos Anjos, em Lisboa. Hoje, esta Loja com História continua a funcionar, mantendo muitas das características originais, mas tem agora uma irmã mais moderna, com uma decoração mais clean, nas Avenidas Novas.
“A loja histórica estava numa localização difícil para quem os procura no dia-a-dia”, começa por explicar Tiago à NiT. Quando surgiu a oportunidade de ocuparem este espaço, numa zona mais central da capital, quiseram aproveitá-la.
No novo Armazém, com cerca de 50 metros quadrados, vendem os mesmos produtos que estão nos Anjos e também na loja online. São propostas de vestuário e acessórios confecionados no nosso País. “Tudo o que vendemos é criado e fabricado cá”, reforça o neto do fundador.
As peças são intemporais, essencialmente clássicos, e básicos para o dia a dia, que não têm propriamente uma época ou uma estação — e pensadas para durarem uma viva. As matérias-primas, explicam, são selecionadas com foco na qualidade.
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O Armazém das Malhas só trabalha com fábricas de unidades de produção familiares, no máximo com 20 trabalhadores. “São empresas que têm em conta a responsabilidade social — isso é obrigatório para nós”, revela Tiago. “Não há exploração de mão de obra, as pessoas são pagas a tempo e horas”.
Mantiveram alguns fornecedores desde o tempo do avô, mas também foram colaborando com novos fabricantes, que lhes permitiram experimentar técnicas e matérias-primas novas. Neste momento, quatro das unidades com que trabalham usam recursos sustentáveis em termos energéticos, como painéis solares e reaproveitamento das águas.
“As nossas malhas são lavadas antes de serem vendidas e essa água é aproveitada, em grande parte, de recursos naturais, da chuva ou de poços que existam próximos. A energia das máquinas provém, em grande parte, de painéis solares”, refere Tiago.
O irmão mais velho da dupla tem 33 anos. Já Tomás, o mais novo, tem 30. O primeiro estudou Gestão e Administração Pública; o segundo seguiu Geografia. Trabalhar no negócio da família não estava nos planos de nenhum, foi uma oportunidade que apareceu há cerca de cinco anos e que resolveram aproveitar, para poderem dar continuidade ao negócio do avô.
“O que nós temos como estratégia é manter o conceito de slow fashion, ir contra a corrente de grandes cadeias e apresentar, através da nossa marca, aquilo que se faz de bom em Portugal a nível têxtil, dentro das capacidades que temos.”
O objetivo da marca, contam, é garantir que uma peça de vestuário não dura um ano nem dois. Se for bem cuidada, vai acompanhar o seu dono por mais de uma década.
Mesmo a tempo do Natal, o Armazém das Malhas está agora no número 5G da Rua João Crisóstomo, com uma decoração de interiores minimalista, que se afasta da imagem tradicional do primeiro espaço. “É uma nova loja, também não queremos que seja uma Loja com História tão cedo. Abrimos há uma semana e meia”, atira, divertido.
O cantinho da Rua do Forno do Tijolo mantém-se no bairro dos Anjos, com uma decoração que conta com elementos que foram recuperados dos anos 40.
Ccarregue na galeria para conhecer a nova loja do Armazém das Malhas.