A febre começou com vários vídeos sobre o “maior armazém de louças portuguesas vendidas ao peso” no nosso País. “Trouxe cerca de dez peças e só paguei 22,50€”, explicou a criadora de conteúdos Beatriz Vilas, uma das milhares de pessoas que já percorreram quilómetros para conhecer a Cakus Outlet.
Desde então, as publicações sobre a loja têm-se multiplicado e muitas já somam mais de dois milhões de visualizações. Entre outras coisas, são elogiadas as cerâmicas “diferentes”, “sem defeitos” e “muito variadas”.
Após o sucesso do primeiro espaço físico, em Esposende, a Cakus estreou-se na Grande Lisboa durante o verão e, agora, prepara-se para chegar ao Algarve. O novo ponto de venda abre portas no domingo, 10 de novembro, na Rua João Pires Pinto, em São João da Venda, no município de Loulé.
“O desafio vai ser quantas vezes é que vocês podem mudar de pratos por ano”, revelou a marca na sua página de Instagram. O dia da inauguração vai contar com música, petiscos e muita cerâmica portuguesa, incluindo uma seleção de louça exclusiva e contemporânea.
Todos os artigos estão espalhados por cerca 300 metros quadrados, à semelhança do que acontece nas restantes lojas, e têm um preço único: custam 3,99€ por quilo. Ali pode encontrar tudo o que precisa para a mesa — pratos, travessas, tigelas, copos, canecas, entre outros.
Tratam-se de artigos “no topo mundial em termos de qualidade” e cujo preço de venda original é muito superior. Numa loja “normal”, o preço de um prato, em tudo semelhante aos disponíveis ao quilo, pode variar entre os 18 e os 50€.
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A única exceção são as chávenas de café — que não são vendidas ao quilo. “As grandes empresas não o querem fazer, porque são muito pequenas e têm muitas quebras”, segundo o proprietário, Nuno Costa, que optou por produzir modelos personalizados e vendê-los à unidade por 3€.
No dia da estreia em Lisboa, a Cakus recebeu mais de 600 pessoas para conhecer a loja, que foi inaugurada através de um parceiro do grupo. No Algarve, a ideia também passa por ampliar a área da mesma forma que o fizeram no espaço original. Neste momento, já têm mais de mil metros quadrados com cerâmicas.
Apesar da expansão, o conceito “não mudou rigorosamente nada”, de acordo com Nuno Costa. Quando recebe uma palete de material, o stock passa a ser distribuído pelas três lojas que possui.
“É um conceito low cost para os clientes. Quando comecei a abordar as fábricas, percebi que muitas tinham dificuldade em escoar produtos de segunda, com defeitos quase impercetíveis”, acrescenta. “Como trabalham com grandes marcas mundiais, fazem produções enormes e há sempre excedentes.”
Como tudo começou
Nuno cresceu no mundo das cerâmicas. Ainda estudava quando se juntou à empresa familiar em Barcelos — a Irmãos Macedo Costa —, onde começou a trabalhar com artigos decorativos. Aos poucos, o agente comercial foi criando uma rede de contactos que inclui várias marcas europeias deste segmento.
Um dia, foi abordado por um cliente espanhol que estava com dificuldade em arranjar louças a preços low cost. “Com os conhecimentos que já tinha, comecei a procurar produtos mais específicos para esse empresário, do norte ao centro do País”, explica. E passou a focar-se na função mais utilitária das cerâmicas.
À medida que o negócio foi crescendo, juntou-se ao amigo João Pedro Silva, de 36 anos, que trabalhava na comercialização de têxteis. Ambos queriam explorar um segmento que ainda não era trabalhado em Portugal. Em agosto de 2023, abriram a Cakus, no distrito de Braga.
“Queremos levar a cerâmica portuguesa para os nossos restaurantes, hotéis e para as casas dos portugueses”, sublinha. E, mesmo que existam cada vez mais concorrentes nesta área, não tem dúvidas: “Os excedentes não vão chegar para toda a gente, mas nós comprámos enormes quantidades em todas as fábricas portuguesas”.
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A loja também está a ter muita procura entre emigrantes. “Já estamos a vender para Angola e Moçambique e temos propostas para abrir na Suíça ou na Alemanha”, afirma. O futuro passa pela internacionalização, com o plano de abrir com parceiros de França e do Reino Unido, por exemplo.
O fenómeno já ultrapassou as fronteiras nacionais. Quase sem que ninguém percebesse, milhares de estrangeiros descobriram o encanto das lojas outlet que vendem louças portuguesas. É nos corredores labirínticos de espaços como a AlouZa — que já lhe apresentámos neste artigo — que os amantes de decoração encontram milhares de peças de qualidade a preços irrisórios.
Apesar da tendência, Nuno tem a certeza de que possui a oferta mais completa em Portugal para aqueles que apreciam o conceito da marca. A prova disso são os vídeos que mostram este “paraíso das louças” cada vez menos secreto: “Há muita cor, muitos tamanhos e texturas. As pessoas precisam de se perder aqui dentro”.
Carregue na galeria para ver exemplos de algumas das peças que pode encontrar no armazém.