Bicas Baeta. É este o nome do espaço que quem tem caracóis, ou quem quer adotar um tom loiro, pode procurar para obter o resultado desejado. A fundadora é Beatriz Ramos, uma jovem natural de Lisboa que, depois de várias experiências noutros locais, decidiu arriscar e abrir um negócio em nome próprio.
“Estive em três centros de estética durante quatro anos, onde era a única cabeleireira, por isso experiência profissional não me faltava. Também consegui arrecadar um bom leque de clientes e isso deu-me ainda mais coragem para avançar”, conta à NiT.
A escolha da zona de Mem Martins, em Sintra, deveu-se ao facto de a maioria das pessoas que a procuravam viverem ali. Além disso, foi naquela zona que surgiu a oportunidade de ficar com o espaço onde acabou por inaugurar o salão, em 2019, após meses de procura.
Esta não era a área profissional que a jovem de 27 anos tencionava seguir. Na faculdade, seguiu o curso de design de equipamentos, mas acabou por desistir passado um mês porque queria estudar algo relacionado com maquilhagem. “Naquela altura estava em outubro e o curso que escolhi só começava em fevereiro, por isso a escola sugeriu-me uma formação em corte de cabelo e foi assim que nasceu esta paixão.”
Ao longo de oito meses aprendeu as várias técnicas, mas acabou com completar estas aprendizagens com uma amiga que tinha bastante experiência. Voou até aos Açores, onde esteve durante duas semanas, e em que aprendeu “tanto ou mais do que no antigo curso.” A aprendizagem focou-se muito nas cores e aplicações das mesmas e foi aí que começou a criar um gosto enorme pelos loiros, um dos serviços que mais se destaca.
O nome surgiu devido a uma expressão quando trabalhava num centro de estética. Quando as clientes souberam que tinha feito um estágio num barbeiro, omeçaram a tratá-la por “Bicas, a Baeta”, usando o termo que antes se usava quando se dizia que se ia ao barbeiro. “Antigamente, uma barbearia era chamada baeta”, conta.
Os gastos iniciais necessários para conseguir abrir o negócio levaram-na a vender o carro para poder fazer face às despesas. A abertura aconteceu quatro meses antes da pandemia de Covid-19 chegar a Portugal, por isso a realidade foi bem diferente do que esperava. “Tudo o que idealizei foi por água abaixo, mas hoje dou valor a isso porque não desisti e consegui conquistar tudo o que tenho.”
Massagens (20€), tratamentos faciais e de estética (desde os 10€), manicure (a partir dos 8€), pedicure, laser (70€). São muitos os serviços disponíveis, mas é na balayage (100€) e no tratamento de cabelos encaracolados que mais se destaca. “O cabelo encaracolado era um estilo que não dominava e tinha curiosidade em saber mais. Fiz uma formação específica para aprender mais e hoje sou muito procurada por mulheres que querem ter uma melhor definição”, explica.
A verdade é que se tornou um nome muito requisitado na zona. Para cortar o cabelo com a Beatriz em específico, há uma lista de espera até janeiro de pessoas que pretendem marcar um corte aos sábados. Já os clientes que preferem à tarde só conseguem agendar para dezembro. Em média, costuma haver uma fila de, pelo menos, um mês.
Nos 90 metros quadrados do Bicas Baeta, faz-se um diagnóstico inicial para ver o estado do couro cabeludo e Beatriz conversa com as clientes para perceber que resultado pretendem. Enquanto faz todos os procedimentos, explica que produtos está a aplicar e qual a melhor técnica para o fazer, de forma a que as pessoas possam replicar em casa e “ter o melhor cabelo possível.”
Para quem quer aclarar a tonalidade do seu cabelo, a jovem é uma mais-valia. Aplica uma técnica conhecida de balayage para fazer a descoloração, mas fá-lo de uma forma diferente da convencional. Nesse caso em específico, não usa pratas “porque isso faz com que fiquem marcas e pareça pouco natural. Todo o processo decorre ao ‘ar livre’ para que a cor não abra tanto, ficando mais natural e menos marcado”, diz.
Para fazer marcações pode utilizar o Instagram ou a plataforma online que o salão utiliza. Os animais são bem-vindos, assim como os mais novos. No futuro, o objetivo passa por fazer crescer o negócio. “Quero implementar mais serviços e criar uma cadeia de cabeleireiro. Acho que é preciso mais profissionalismo neste setor”, aponta.
Carregue na galeria para conhecer o Bicas Baeta, em Sintra.