Há quase sete décadas que os sofás são o cartão de apresentação da Minotti em todo o mundo. Nascidos de uma simbiose de texturas e materiais, tornaram-se uma referência pela elegância e simplicidade que esconde a complexidade de cada peça. Um manual técnico pode ter mais de 300 páginas, por exemplo.
Os portugueses ficaram a conhecer de perto as propostas da marca de luxo italiana em julho de 2023. Foi em Chiado, a poucos passos do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, que abriu o primeiro espaço da Minotti no nosso País, através da empresa de design de interiores QuartoSala.
Após o sucesso da estreia, os móveis da famosa insígnia ganharam uma nova morada em Portugal, desta vez na Avenida da Boavista, uma das ruas mais cosmopolitas do Porto. Com 200 metros quadrados, o espaço inclui todas as peças inconfundíveis que tornam a marca numa referência para os aficionados por design de interiores.
“Se, há uns anos, falar de design no Porto era quase uma utopia, nos últimos anos verifica-se o contrário. Temos cada vez mais clientes a solicitar ofertas como a da Minotti”, explica à NiT Nuno Malheiro, dono da SmokeSignals, a empresa responsável por trazer o catálogo de luxo para o norte do País.
O convite surgiu há cerca de três anos como parte da estratégia da marca, que pretende abrir flagship stores nas principais cidades. A abertura no Porto resulta de um investimento de um milhão de euros da loja nacional que, a par de marcas como a Poliform ou a Cassina, já representava a Minotti na região há mais de uma década.
A oferta do espaço
Com grandes montras viradas para a rua — são cerca de 15 metros só na parte da frente —, a loja está dividida em quatro espaços distintos, incluindo um espaço exterior e uma sala de reuniões, cada um defenido por grandes elementos cénicos. O interior é definido por uma paleta de cores neutras dominada por tons de cinza em contraste com a madeira e a pedra natural.
E, apesar da Minotti ser atualmente conhecida pelos sofás, é possível elaborar um projeto apenas com peças assinadas pela etiqueta. A oferta prova isso: das mesas de centro aos aparadores, passando pelas mesas e cadeiras de jantar, móveis de apoio e até camas, desenvolvem linhas completas com tudo o que um lar necessita.
No caso do Porto, a visita começa por uma ampla área aberta, junto à entrada, onde se encontram algumas peças-chave da última coleção, assim como uma grande lareira angular com um sofá que, segundo Nuno, “transmite aquilo que é o espírito da Minotti”. “As pessoas olham e querem ter na sua casa.”
Enquanto o ambiente se desdobra numa série de ambientes de estar, jantar, outdoor e quarto, a marca apresenta também os bestsellers mais distintivos da marca. A loja do Porto não tem o catálogo completo, mas há várias coleções assinadas pelo diretor criativo da etiqueta, Rodolfo Dodorni.
O principal pilar da Minotti é a personalização, que pode passar por projetar serviços ou dar aconselhamento às pessoas. Mais do que propostas de mobiliário, a marca quer também “vender um serviço”. Pode comprar peças individuais, construir uma área ambientada ou um projeto total.
Assim tem sido desde que a insígnia foi fundada em 1948, em Meda, no norte de Itália. O negócio mantém-se nas mãos da família e já se encontra na terceira geração. Com mais de 56 lojas espalhadas pelo mundo, dedicadas apenas ao seu savoir-faire, é uma referência incontornável do design de excelência.
Desenhado por um Pritzker
Embora o desafio tenha chegado em 2022, a chegada da Minotti ao Porto foi atrasada pela dificuldade em encontrar o espaço ideal. A oportunidade surgiu no piso térreo da premiada Torre Burgo, um edifício concebido e projetado em 2007 pelo arquiteto português Eduardo Souto de Moura, vencedor do Prémio Pritzker de 2011, “o que traz algum prestígio para a marca”, explica Nuno. “É uma das ruas mais emblemáticas e centrais da cidade.”
O ADN da marca italiana está presente no espaço, mas a arquitetura do edifício e a própria cidade também inspiraram o interior da loja. Da cerâmica no pavimento às camadas de granito, o showroom resulta da escolha dos materiais mais utilizados na cidade que acolheu o conceito.
Descrito como um lugar criado especialmente para os amantes do design, arquitetos e designers, também vai receber várias iniciativas. “Vamos ter eventos anuais após a apresentação das novas coleções, que normalmente estreiam na Feira de Milão, que decorre em abril”, acrescenta.
E, embora não haja nenhum português em vista para assinar uma coleção, a presença da marca no País não se vai ficar por aqui. As duas lojas no País, em Lisboa e no Porto, vão continuar a receber criações de designers internacionais.
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