Lojas e marcas

Os portugueses adoram comprar na Primark e estes são os artigos mais vendidos

A marca estreou o novo conceito no Montijo e a NiT sabe que vai abrir mais lojas em 2026. Os espaços serão mais pequenos e organizados.
A loja no Montijo.

Alguns portugueses vão à Primark sempre que o frio aparece, à procura dos pijamas quentes e coloridos da marca, enquanto outros agendam uma visita semanal para conhecer todas as novidades da decoração. Há muitos anos que a marca irlandesa se consolidou como um paraíso low cost no nosso País e são muitos os atrativos para os clientes — embora não sejam revelados oficialmente os produtos que ocupam o topo das vendas.

Agora, sabemos que mais de metade dos artigos vendidos pela retalhista no nosso País são “essenciais que as pessoas usam diariamente, como a ganga”, revelou à NiT o diretor de vendas em Portugal, Nelson Ribeiro, que, a par dos jeans, destaca ainda as coleções de roupa The Edit, a linha premium da retalhista irlandesa, e as colaborações com a cantora Rita Ora.

A par destas linhas, a marca tem sido um sucesso pelas gamas licenciadas, como Harry Potter e Disney, sendo que entre as preferidas dos fãs são as peças com o Mickey Mouse e Lilo & Stitch, assim como a gama de malas de viagem. Seguem-se produtos de beleza, como bombas de banho e esfoliantes, e “verifica-se uma maior procura de artigos de arrumação e organização, velas e coleções de cozinha”, acrescenta.

Esta variedade, assim como o tamanho das lojas no nosso País — a do Centro Comercial Colombo, a maior num só piso do mundo, tem mais de 6 mil metros quadrados — não só dificulta a tarefa de chegar aos produtos que mais queremos, como tem significado uma expansão mais lenta por parte da etiqueta.

Nos próximos anos, a Primark pretende apostar na abertura de novos espaços com um conceito diferente em Portugal, mercado onde “os resultados são muito bons”. “Vemos um grande potencial de crescimento no mercado português”, refere Nelson. “Estamos muito otimistas quanto às oportunidades de crescimento e a nossa ambição é continuar a aumentar a presença no mercado.”

As próximas aberturas 

Após um hiato de sete anos sem inaugurar lojas em Portugal — a última abertura tinha ocorrido em Loulé, em 2017 — a Primark continuou a estudar os formatos de loja mais adequados para a estratégia da marca. Quando se estreou no Montijo, em outubro, com a 11.ª loja no território português, já sabia o caminho que queria seguir.

Localizada no Centro Comercial Alegro, o novo ponto de venda possui uma área de 2460 metros quadrados e é a primeira da cadeia a oferecer caixas de self-checkout, com um total de 12 postos que possibilitam um pagamento mais ágil. Entre as inovações da loja, destaca-se uma montra equipada com um ecrã digital.

Nelson Ribeiro, um dos porta-vozes da marca.

Portugal foi o primeiro mercado a receber este novo conceito, concebido para maximizar e valorizar o espaço. Bolton, no Reino Unido, seguiu-se depois, mas o objetivo é que esta aposta signifique mais lojas na Europa, e também no nosso País, nos próximos anos.

A par do objetivo de “maximizar o desempenho comercial geral e oferecer uma vasta gama de produtos e uma excelente experiência em loja aos consumidores, mesmo em espaços mais pequenos”, segundo Nelson, do ponto de vista do crescimento, “este conceito abre novas oportunidades para explorar novas cidades e até novos mercados”, onde não teriam o espaço adequado para entrar.

Em junho de 2024, foi revelado que a Primark irá investir 40 milhões de euros na inauguração de mais três pontos de venda em Viseu, Guimarães, Covilhã. Ainda sem data de inauguração oficial, “prevê-se Guimarães e Viseu abram este ano, enquanto na Covilhã irá abrir em 2026”, confirma a retalhista à NiT.

Assim serão os novos espaços

As próximas aberturas da Primark vão continuar a introduzir este formato que, normalmente, estará concentrada num só piso, “o que reduz a necessidade de disponibilizar espaço para elevadores, escadas e escadas rolantes”, além de não haver a “duplicação de espaços como provadores e caixas de pagamento em pisos diferentes”.

Outra das novidades passa pelo novo design com uma paleta de cores mais suave e um pavimento diferente, com o vinil a substituir o betão polido. Além disso, vai integrar-se tecnologia com mais expositores, lightboxes, ecrãs digitais e vídeo walls com LEDs, será utilizado um aroma de loja distinto e será introduzida música ambiente, “embora sejam muito discretos para os clientes.”

No novo conceito, a oferta também será simplificada e focada na vasta secção de roupa da etiqueta, com alguns espaços a perderem a secção Home. Cada loja terá uma abordagem diferente, sendo que no Montijo, por exemplo, o ponto de venda inclui acessórios desta categoria.

A nova loja no Montijo.

Quanto ao layout, as mudanças passam pela “reorganização dos provadores e das caixas de pagamento de modo que fiquem na mesma área da loja”, explica o porta-voz. “As caixas de self-checkout passam a ser um elemento importante ao nível da experiência de compra para os clientes e as caixas de pagamento tradicionais vão continuar a ter uma dedicada ao atendimento prioritário. O layout dos corredores existentes é substituído por “zonas” para a roupa de mulher, homem e de miúdos.”

A marca não deu detalhes sobre as novas localizações, além das três já confirmadas, mas ressalva que atualizações serão partilhadas à medida que o plano avançar. A empresa está também concentrada na remodelação de algumas das lojas atuais, como Sintra e Portimão, por exemplo.

Esta estratégia de expansão surge numa altura em que a Primark continua a crescer no mercado nacional. Na Península Ibérica, que representa aproximadamente 18 por cento das vendas da etiqueta, os lucros cresceram em cerca de 9 por cento em 2024. Globalmente, a faturação aumentou dois por cento.

“Acreditamos que o nosso sucesso continua a ser impulsionado pelo facto de conhecermos o que os nossos clientes procuram e adoram na Primark: artigos essenciais para o dia a dia e as últimas tendências da moda em todas as categorias a preços acessíveis. Embora a nossa oferta seja diversificada, continuamos a inovar nas nossas categorias de produtos”, conclui.

Em janeiro, por exemplo, lançou a gama Adaptative, uma coleção adaptada a pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida. Criada em parceria com a designer de moda Victoria Jenkins, é composta por 49 peças de roupas para homem e senhora, sobretudo itens básicos, todos eles adaptáveis às necessidades de pessoas com vários tipos de deficiência, entre as quais camisas, casacos, t-shirts, camisolas, calças de ganga, roupa interior e de dormir.

Esta coleção está disponível nas lojas da Primark no Norte Shopping (Porto); UBBO (Amadora) e Centro Comercial do Colombo (Lisboa). Os preços começam a partir dos 10€.
 
Carregue na galeria para ver algumas das propostas.

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