A aventura começou em 2019, com a abertura do primeiro espaço em Rio Tinto. Mas Bruno Cruz e Filipe Pinho dirão que ela começou uns anos antes, quando as suas vidas se cruzaram e acabaram por casar — e só depois veio o estatuto de parceiros de negócio.
E, no que toca ao negócio, tudo parece correr bem, a avaliar pela mais recente inauguração. Desde sábado, 7 de setembro, que a dupla gere o seu novo showroom em Leça do Balio, resultado de uma mudança profunda não só de localização mas também de nome e imagem.
Aos 41 anos, Bruno usa todo o conhecimento acumulado como visual merchandiser, cargo que desempenhou durante 20 anos, em marcas como a Kiabi ou a H&M. “Estava um bocadinho saturado da rotina do shopping. É algo muito cansativo”, recorda sobre a decisão de enveredar por um negócio próprio.
A decisão não foi tomada a solo. Ao seu lado estava Filipe, de 31 anos, formado em joalharia, área em que trabalhou durante cerca de oito anos, que estava igualmente convicto de que era preciso oferecer alternativas às clientes.
“As pessoas queriam alternativas para evitarem os centros comerciais, as lojas tradicionais. Queriam sobretudo peças de roupa para momentos especiais, festas — e percebemos que não havia grandes opções no mercado”, explicam.
Como ávidos consumidores de moda, sabiam o que queriam oferecer. O único obstáculo era a estabilidade providenciada pelos empregos seguros que tinham, mas dos quais teriam que abdicar para se aventurarem num novo negócio. A relação pessoal ajudou à tomada da decisão.
“Enquanto casal sentíamos que tínhamos rotinas completamente diferentes. Estávamos cansados. E então em 2019 tomámos a decisão. Criámos a marca em maio, apenas online, e a aceitação foi boa. Não estávamos à espera de um crescimento tão grande.”
Não esperaram muito até à inauguração do primeiro espaço físico, uma pequena loja em Rio Tinto, que rapidamente esbarrou com as circunstâncias complicadas dos confinamentos em tempo de pandemia. Pelo caminho, fizeram sucesso com “uma coleção de peças para festa”, antes de regressarem ao online, com uma ligeira adaptação de estilo: da exuberância da festa, passaram a vender peças mais confortáveis, “sem perdermos a nossa imagem de marca”.
Hoje dão-se a conhecer como Os Violeta, uma mudança do original O Meu Nome É Violeta, algo que ajuda a clarificar quem está, afinal, por detrás da marca. “As pessoas achavam que o negócio pertencia a uma dona Violeta [risos], mas era apenas o nome da nossa gata. Ao longo do tempo fomos sendo tratados como Os Violeta, pegou e, ao fim de cinco anos de marca, achámos que já que íamos mudar de sítio, mudávamos também de nome.”
No showroom de Leça do Balio, o atendimento é personalizado e nas estantes estão sobretudo peças “para festa”. “Também é possível encontrar peças mais casual chic. Temos muitas opções versáteis”, frisam sobre as coleções que apostam em alternativas à fast fashion e sublinham a exclusividade dos modelos que, aliás, são em grande parte produzidos em Portugal, imaginados pela dupla e finalizados em fábricas nacionais — e alguns saem mesmo de uma das suas tias, com a ajuda da “máquina à moda antiga”. As restantes peças são compradas a fornecedores estrangeiros. O equilíbrio verifica-se também nos preços que começam nos 28€ e podem chegar aos 150€.
O showroom está a funcionar à porta fechada, mas com horário fixo e sem necessidade de marcação.
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