A maternidade despertou em Juliana Antunes o desejo de criar algo novo. Decidida a trabalhar por conta própria, andava a explorar conceitos para uma eventual marca quando, de forma inesperada, surgiu uma oportunidade. Uma loja “que andava a namorar” estava prestes a fechar e o stock ia ficar parado.
A designer decidiu agarrar no espaço que já existia há nove anos, no centro de Braga, e reestruturá-lo. A Pingo de Gente reabriu portas em dezembro com uma nova imagem e peças de roupa e acessórios para miúdos até aos 14 anos, com propostas que vão do casual à roupa de cerimónia.
“Enquanto mãe recente, tinha várias notas sobre a experiência destas compras, por vezes demoradas”, explica à NiT a designer de formação, de 30 anos. Então, aliou a sua experiência em moda com a sensibilidade que desenvolveu, após o nascimento da filha, para reinventar o negócio.
A marca oferece coleções sazonais, de primavera-verão e outono-inverno, mas é a linha especial de cerimónia que costuma atrair mais pessoas. “Priorizamos que os clientes consigam vestir a família toda, desde os irmãos aos primos. Que seja possível fazer um casamento e vestir os miúdos todos.”
Além dos vestidos e dos fatos, a Pingo de Gente oferece todos os complementos, desde velas de batizado a toalhas bordadas. O catálogo inclui ainda opções como coroas, cintos de flores, capas ou casacos. “Vai sair daqui com tudo e não precisa de procurar em mais lado nenhum.”
Além disso, Juliana adapta todas as peças de roupa e acessórios às necessidades da família no momento, para “criar conjuntos harmoniosos”. É possível sair com mantas delicadas, fraldas bordadas ou sacos para guardar as primeiras roupas, que combinam com vestidos ou fatos.
“[A Pingo de Gente] tem uma modista para fazer as alterações necessárias”, explica. “Temos muitas peças na loja, mas todas podem ser alteradas à medida de cada um.”
Embora pequeno, não tendo mais de 50 metros quadrados, o espaço foi aproveitado ao máximo pela fundadora. “Como somos visitados por casais com carrinhos e bebés pequeninos, sentimos necessidade de reestruturar a casa de banho para ter um muda-fraldas. Podem vestir os mais novos no fraldário.”
Criou-se ainda um layout que permite a circulação dos carrinhos. Numa das esquinas destaca-se o cantinho dos brinquedos, onde os miúdos podem ficar entretidos e puxar pela imaginação, enquanto os pais tratam das compras.
“Ao mexer na loja, descobrimos um buraco na parede que deu origem a um grande nicho”, recorda Juliana. “Fizemos um cadeirão todo em pedra que, descobrimos mais tarde, faz parte das antigas muralhas da cidade. Agora, serve para as mães que precisam de amamentar.”
Quanto à decoração, a designer apostou numa imagem clean e intemporal, com tons de branco a aumentar a dimensão da loja. Incorporaram móveis clássicos que complementam a oferta, com muitos laços, golas amorosas e pequenos acessórios que transmitem aconchego.
“As nossas montras são um chamariz desde que abrimos portas”, continua a fundadora, que destaca também a localização privilegiada, bem no centro da cidade.
Como não conseguem ter tudo dentro de loja, contam com um atendimento 100 por cento online. Apesar do site ainda não estar ativo, mantêm uma relação próxima com o cliente recorrendo às encomendas por catálogos, em que as pessoas podem enviar fotografias e fazer a compra a partir de casa.
Atualmente, Juliana dá prioridade a fornecedores portugueses e espanhóis, para lançar coleções dignas dos contos de fadas. Uma parte do stock criado pela antiga proprietária do espaço está a ser reaproveitado, mas um dos principais objetivos será desenvolver uma produção própria, com desenhos da fundadora.
Numa fase inicial, porém, o principal objetivo vai passar por dar a conhecer o negócio a novos clientes. Em breve, vai ser ainda lançada uma linha com conjuntos completos para maternidade, ampliando o catálogo a todas as necessidades não só dos mais pequenos, mas também das mães.
Carregue na galeria para ver algumas imagens do espaço e conhecer melhor o conceito.