As trepadeiras suspensas numa pérgola, que cumprem a missão de receber os clientes, desvendam o harém verde que acabou de germinar no Parque das Nações. Mais adiante, pequenas árvores e arbustos ocupam um terraço, enquanto flores dispostas em jarras remetem para um jardim florido. Não restam dúvidas: há um pedaço de natureza em cada canto.
Já se passaram cinco anos desde que a Plantome foi apresentada ao público. O primeiro espaço da marca dedicada a plantas nasceu nas Laranjeiras, em Lisboa, resultado de um marasmo causado pela pandemia da Covid-19, e com o objetivo de inspirar todos os aficionados por plantas, decoração e jardinagem.
A missão de Nuno e André Mota, pai e filho, de 52 e 25 anos, respetivamente, não mudou. Há, porém, outras necessidades que fizeram com que levassem este conceito para uma nova parte da capital. A segunda loja abriu este sábado, 12 de abril, na zona oriental da cidade, e quer oferecer uma experiência imersiva.
“Sempre tivemos o objetivo de crescer e ir mais longe com esta vontade de trazer os jardins para dentro de casa das pessoas”, explicam à NiT, acrescentando que a oportunidade foi “uma feliz coincidência”. “A expansão não estava prevista para agora, mas aproveitámos a possibilidade que surgiu.”
Ambos se confessam apaixonados por plantas e design, um interesse que sempre esteve presente na família, com raízes em Lamego e Leiria. Foi através de Nuno, arquiteto paisagista de formação, que também André, formado em design de comunicação, foi influenciado a alimentar essa sensibilidade para o mundo da natureza.
“Tínhamos de chegar a um local diferente e sentimos que esta oferta ainda estava em falta na zona oriental”, continuam. “É uma urbanização que foi pensada de raiz, ao contrário das restantes áreas de Lisboa. Como tem uma ligação forte à natureza, estando tão perto do rio e com tantos parques, fez todo o sentido.”
Uma casa vestida a rigor
Com cerca de 130 metros quadrados — quase o dobro da anterior —, esta loja divide-se em três ambientes principais: a casa Plantome, descrita como “acolhedora e intimista”, um híbrido entre terraço e jardim e, por fim, uma oficina de experimentação, que inclui não só plantas e flores, mas também um piano que está ao dispor dos clientes.
“O maior desafio foi trazer aquela sensação de conforto, que sempre foi uma imagem de marca nossa, para um espaço tão amplo”, refere André. Foi daí que surgiu a ideia da distribuição. “Queríamos recriar espaços que as pessoas podem ter em casa. Um dos melhores elogios é quando nos dizem que adoravam viver ali e que a sua sala fosse assim.”
As plantas são, naturalmente, o destaque principal da loja. Porém, admite André, têm vindo a trabalhar cada vez mais com flores — e com tudo o que envolve arte floral — e não faltam acessórios para as grandes protagonistas desta “selva urbana”, como vasos, jarros ou e pequenos objetos de madeira criados por artesãos e designers.

“Se tiver de destacar um bestseller diria que é a Monstera”, revela André, sobre a espécie cuja folha inspira o logótipo da marca. Outras das opções mais procuradas incluem a Estrelícia Tropical, “capaz de preencher uma sala” ou plantas “que são muito fáceis de cuidar”, como a Espada de São Jorge.
A casa Plantome combina ainda esta seleção de plantas de interior com uma coleção de peças de decoração de inspiração naturalista. Há peças de design de marcas portuguesas icónicas, como Bordallo Pinheiro e Laboratório d’Estórias, assim como livros sobre botânica e jardinagem, sempre com o objetivo de criar um ambiente inspirador.
A visita termina com um espaço de oficina, “pensado tanto para o trabalho como para a experimentação”. É ali que ganham vida vários bouquets de flores e terrários, além de servir como uma área de exposição de coleções de vasos, incluindo a linha de design exclusivo da marca. O que torna este canto ainda mais especial, porém, é o piano que ocupa uma posição central.
“As plantas gostam de ouvir música”
Segundo Nuno, há vários estudos que sugerem que as plantas respondem positivamente a sons melódicos, e até existe música criada especialmente para elas.” É desta sensibilidade que nasce também a missão de criar um ambiente harmonioso e saudável através da sonoridade, seja para os visitantes ou para as anfitriãs. Afinal, “as plantas também gostam de ouvir música.”.
O primeiro elemento na base desta experiência imersiva é o piano, que estará em permanência no mesmo canto da loja. A Plantome vai receber vários concertos regulares e o instrumento também estará disponível para os clientes da loja.

A par disso, Nuno e André convidaram a radialista Inês Maria Meses a criar a playlist Plantomeneses, que as pessoas poderão ouvir nos dois pontos de venda ou nas plataformas de streaming. “Não é algo estranho, os clientes já estavam habituados a ser embalados por canções na Plantome.”
Quanto ao estilo, explica André, “acaba por ser uma fusão”. “Não nos queremos cingir a um género. Há algo em nós que, ao ouvir aquelas canções, acredita que faz sentido para as plantas porque cria uma certa atmosfera.”
Outra das novidades é o serviço de design floral, que começa pelo atendimento em loja. A dupla vai ter sempre flores frescas prontas para dar vida aos visitantes, mas também desenvolvem arranjos para eventos específicos ou trabalham com várias marcas, para espaços comerciais.
“Algumas já confiam em nós para fazer uma mistura com flores da estação e dão-nos total liberdade. Outras pedem-nos para seguir uma direção específica, com base em moodboards ou em restrição por cores, mas acabamos por ter sempre uma intervenção ativa.”
Tudo isto é possível graças a uma equipa composta por 10 profissionais, “altamente qualificados”, unidos pela paixão em comum pela botânica. Outros serviços continuam a passar pelo aconselhamento de plantas, assessoria de arquitetura paisagista, plant styling e a construção e manutenção de plantas e espaços verdes, interiores e exteriores.
Os workshops de plantas continuarão a ser aposta na loja do Parque das Nações, com novas datas a anunciar em breve. “Um dos nossos objetivos para este espaço é ter cada vez mais eventos que juntem as pessoas, antes aconteciam apenas em algumas alturas do ano”, conclui André, frisando a grande missão. “Estamos a aproximar as pessoas da natureza. Queremos ter tempo não só para as ajudar, mas também para inspirar.”
Pode comprar as peças não só nas lojas físicas (nas Laranjeiras e no Parque das Nações), mas também online. Os preços que podem ir dos 3€ aos 250€.
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