Tiago Pina, de 30 anos, não esquece do primeiro par de sneakers da sua coleção. O jovem recorda-se de estar no oitavo ano, quando comprou uns Air Max 90 desenhados para os Jogos Olímpicos de 2008, a um colega. Se até então não ligava muito a sapatilhas, tornou-se um apaixonado.
“Comecei a pesquisar sobre o tema e percebi que, em Portugal, estávamos muito atrasados em comparação com os EUA ou o resto da Europa”, recorda à NiT. A maior surpresa foi quando descobriu os milhares que as pessoas estavam dispostas a pagar por modelos exclusivos.
Em 2019, a loucura dos sneakerheads já tinha surgido em Portugal. Tiago, que grava vídeos para o YouTube a mostrar a sua coleção, decidiu então lançar uma página de informação online sobre o tema que acabou por se tornar uma plataforma para comprar modelos exclusivos.
A comunidade da SED SneakerED continuou a crescer, mas ainda faltava atingir um objetivo: abrir um espaço físico. A primeira loja da marca abriu no dia 2 de agosto, no Campo Pequeno, em Lisboa, e divide-se entre a venda de sneakers novos e de modelos recondicionados.
Com cerca de 40 metros quadrados, o espaço mantém uma decoração simples para dar o protagonismo às propostas. A decoração é marcada apenas por alguns colecionáveis, como um relógio desenhado por Daniel Arsham para a IKEA, concebido para parecer que está a voar.
Entre a vasta oferta, destacam-se os modelos da Nike ou da Jordan, sendo também alguns dos mais raros. Os Jordan 1 e os Jordan 4, criados no âmbito de uma colaboração da Nike com a marca Off-White, custam 3 e 2 mil euros, respetivamente, valorizados pela morte do fundador da insígnia de luxo, Virgil Abloh.
A lista das opções mais caras inclui também os Dunk SB de Travis Scott, o primeiro modelo da linha que criou, a rondar os 2 mil euros. Segundo o fundador, estas colaborações são dos lançamentos mais vendidos na SED SneakerED.
“Apesar de trabalharmos com muito stock à consignação de pessoas de Portugal, há modelos que não encontramos por cá”, explica. “Quando nos pedem algum par mais raro, fazemos sourcing por toda a Europa. Outros só saem na Ásia ou nos EUA e vamos buscar lá fora.”
Apesar do foco, a loja não vai incluir apenas sapatilhas. Há peças de roupa da Supreme, os chapéus da Cortez “de que todos os miúdos andam à procura” e ainda jerseys vintage de equipas de futebol, um segmento que a marca ainda não trabalhava.
Agora, com um ponto de venda de fácil acesso, o plano passa ainda por fazer pop-ups com artistas e projetos portugueses com os quais a etiqueta se identifique. O objetivo é, acima de tudo, “apostar em coisas portuguesas”, diz.
A morada no Campo Pequeno é também ideal para continuar com os eventos que Tiago está habituado a promover, mas que fazia em parceria com outros espaços. “O nosso objetivo sempre foi criar uma comunidade de sneakerheads cá em Portugal e construir uma cultura.”
Além da loja, pode encontrar os sneakers da SED SneakerED no site oficial da marca. Há modelos a partir dos 70€.
Carregue na galeria para ver imagens de alguns dos modelos disponíveis.
