Durante a adolescência, Filipa Macias e a sua irmã gémea costumavam insistir para que a mãe lhes comprasse biquínis. Ao ingressarem na faculdade, com apenas 18 anos, decidiram abrir uma pequena loja de revenda. No entanto, devido à falta de experiência, o negócio não prosperou. Ambas seguiram caminhos diferentes, mas algum tempo depois, Filipa decidiu voltar ao universo do retalho de praia. Há três meses, lançou a SlowBikini, uma marca de biquínis exclusivamente produzidos no Brasil.
Natural de Vila Nova de Gaia e agora com 33 anos, Filipa formou-se em educação e foi professora do primeiro e segundo ciclos. Contudo, a instabilidade na sua profissão, especialmente as colocações longe de casa, levou-a a explorar novas oportunidades. “Fiquei em Lisboa durante dois anos. Levava uma vida dupla, movimentando-me constantemente. Não conseguia manter uma rotina estável e, por isso, decidi aventurar-me no mundo empresarial”, começa por contar à NiT.
A pandemia foi o ponto de viragem que a levou a essa decisão, obrigando-a a voltar ao norte para lecionar online. Na altura, existia um projeto de roupa em mente, que, no entanto, não se concretizou. Em 2024, Filipa retoma a ideia com fundação da SlowBikini, com o apoio do marido, fotógrafo que conheceu em eventos e ações de promoção entre os intervalos das aulas.
A sua experiência e interações prévias no Brasil permitiram-lhe estabelecer uma conexão com o país. “Embora não me identifique muito com as roupas brasileiras, sempre tive uma predileção por biquínis e pelo ambiente de praia. Aprecio profundamente a cultura que envolve esta peça ao longo do ano e o estilo de vida associado”, afirma Filipa. O nome da sua marca representa um conceito associado a um modo de vida mais tranquilo, onde a exclusividade é fundamental.
No mercado há três meses, a SlowBikini destaca-se pela produção brasileira, pelo recurso a materiais locais e pela versatilidade. “Criamos peças que podem ser transformadas. A partir de um biquíni, elaboramos fatos de banho, adicionando detalhes a partir da mesma base (a brasileira)”, continua.
Os quatro primeiros modelos foram lançados em maio e esgotaram rapidamente, devido ao design e estampados atrativos. “Dado que a produção ocorre no Brasil, por questões de acompanhamento, infelizmente não conseguimos repor os stocks.”
Embora considere as licras portuguesas de boa qualidade, Filipa considera que os materiais brasileiros, provenientes do sul, são superiores. A textura é mais suave, a durabilidade é maior e o ajuste é perfeito. As cinco fábricas com que colaboram, no Rio de Janeiro, utilizam também tecidos com proteção UV.
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A coleção deste ano apresenta diversos modelos inspirados no típico estilo brasileiro. Adaptaram o corte em triângulo dos biquínis e “os modelos em cortininha” para se ajustarem às preferências das mulheres europeias. “Acredito que a procura já não está tão direcionada para as tangas, mas sim para opções mais confortáveis e discretas”, afirma a empreendedora.
Dessa forma, a marca oferece propostas igualmente sensuais, embora contidas, com cortes um pouco mais modestos que os brasileiros. Um exemplo são as cuecas de cintura subida, que realçam as curvas. “Sou eu própria que faço os testes de modelagem, pois sei que o fitting é essencial, é mesmo mais importante”, ressalta.
A coleção inclui propostas com tons neutros, padrões vibrantes e fatos de banho que são simultaneamente sensuais e confortáveis. Há ainda um biquíni que permite a adição de mangas (50€). Os preços variam entre os 50€ e os 70€, dependendo dos pormenores e acabamentos.
Atualmente, a SlowBikini tem modelos entre o 34 e o 40, sendo possível adquirir conjuntos com soutien e cueca em tamanhos diferentes. Os planos passam pela expansão até ao 42 e 44 — o desafio reside no ajuste de algumas peças, que exigem adaptações mais significativas. Outro dos objetivos da marca é fazer com que biquínis possam ser usados no dia a dia, e não apenas na praia. Todos os modelos estão disponíveis online.
Carregue na galeria para descobrir algumas das propostas da marca, com preços a partir dos 55€.