Lojas e marcas

The Neto: a nova marca nacional que produz as peças na mesma fábrica que a Dior

As propostas são sensuais, sofisticadas e criadas em pequenas quantidades. Tanto podem ser usadas no dia a dia como num evento.
São comerciais, mas com um toque especial.

Das memórias que guarda de infância, Pedro Neto recorda os dias passados a colocar botões extra em casacos da Christian LaCroix e da Dior. Passava os dias na fábrica da tia, em Santo Tirso, que produzia peças para marcas de luxo. “Não me lembro sequer de querer seguir outra área. Sempre quis desenhar roupa”, conta à NiT.

A marca The Neto, lançada a 21 de março, é a concretização da visão que o designer de 27 anos tem vindo a construir. De vestidos e camisas a leggings e saias, a primeira coleção da etiqueta de vestuário feminino contém “o essencial para preencher o guarda-roupa feminino, conjugando as peças” sensuais e sofisticadas.

Apesar da estreia, Pedro não é um iniciante na área. Ao completar o curso de design de moda, no Porto, foi selecionado para apresentar a coleção final no Portugal Fashion, sob a alçada da escola. Em 2014, com 18 anos, ficou em 1.º lugar do concurso Bloom, promovido pelo evento.

O rosto por trás da marca.

“Quando venci, comecei a apresentar as minhas coleções todos os anos com uma marca homónima, mas era mais conceptual”, acrescenta. Passados cinco anos, optou por dedicar-se a uma área mais viável como stylist e designer para outras marcas. Fez parte de campanhas e lookbooks para a Decenio, Lion of Porches e Eureka, por exemplo.

“Cheguei a um tempo em que surgiu a questão ‘por que não voltar a ter uma marca’, mas com outro registo, mais comercial?”, questionou-se. Com um know how para criar algo maduro, demorou um ano a estudar o mercado e a idealizar um projeto em que “todas as peças são especiais, mas passíveis de ser vendidas.”

A mulher da “The Neto”

Nas propostas, destacam-se os materiais muito nobres, como os sedas e o algodão, tecidos de fantasia com brilhos e texturas. Esta aposta concretiza-se através de uma paleta onde predomina o preto — por mais que seja verão. Mas também há apontamentos de cor, como o roxo ou o rosa.

“É uma coleção muito versátil, em que a mesma peça pode ser usada no dia a dia ou para um evento”, reforça o designer sobre os desenhos a pensar numa mulher sensual. É sobretudo uma musa “irónica e forte”, com um gosto polido, um estilo de vida requintado e apreço por peças exclusivas.

Outra das prioridades da marca é a confeção que, devido à ligação familiar à indústria têxtil, tem de ser de alta qualidade. Inspirado pela tia, “que tem mãos de fada” e controla a o fabrico para marcas como Isabel Marant, Victoria Beckham e Dior, priorizou uma produção em pequenas quantidades — entre 100 a 200 unidades.

Apesar de ainda estar a dar os primeiros passos, Pedro já tem em mente a internacionalização. A par da visibilidade fora de Portugal, quer estar presente “em lojas físicas ligadas ao mercado de luxo”, como é o caso da Stivali ou da Fashion Clinic, ambos espaços multimarca.

A primeira coleção da The Neto já está disponível no site da marca, com preços entre os 120€ e os 340€. Carregue na galeria para conhecer as propostas.

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