Com seis anos de vida a Uma Cantik tornou-se uma referência no setor da decoração em Portugal. As peças, feitas à mão por artesãos Bali, já somam mais de 40 mil seguidores no Instagram e um número de clientes que sente a necessidade de apreciar a minúcia dos artigos. Para estas pessoas, a marca abriu, a 18 de novembro, uma nova loja em Campo de Ourique, o mesmo bairro do espaço anterior.
“Estávamos contentes com o sucesso da loja e a situação do bairro, porque há muito comércio, mas não estávamos numa rua de grande passagem”, conta à NiT Marta Vieira, uma das fundadoras. Em conjunto com Bram Vingerling, namorado e sócio, decidiu instalar-se no número 43 da rua Tomás da Anunciação.
Neste momento, é a única loja aberta ao público da etiqueta. A primeira instalação, que abriram em 2019, em Carnaxide, funciona como um armazém para gerir o stock e as encomendas. Quanto à passagem pela rua Azedo Gneco, situada num dos bairros mais cool de Lisboa, foi uma oportunidade de testar a zona.
Apesar de não estarem à procura, a oportunidade acabou por surgir. “Em Campo de Ourique, há sempre muita procura e não é fácil encontrar. Mas um dia estava a passar na rua e vi uma loja muito central para arrendar,” avança, sobre o spot perto do icónico Jardim da Parada.
Dois andares, centenas de produtos
Com 120 metros quadrados, a abertura dá continuidade à arquitetura e design das suas estadias anteriores. A principal semelhança é o facto de manter os dois andares, mas surge “mais inovada e moderna”. O uso das flores secas, por exemplo, é um dos acrescentos priorizados na parte e cima que funciona melhor, “porque são soltas e podem fazer imensas combinações”.
“No teto e na montra, temos imensas flores que deixam todas as pessoas deslumbradas. Temos um teto com troncos e cheio de candeeiros que chamam logo à atenção. Recebemos muitos elogios”, descreve Marta. “Usamos todos os nossos artigos feitos à mão ao longo da loja para mostrar na parede e podem imaginá-los nas próprias casas”.
A nova coleção
Com um novo leque de peças para apresentar ao público, a dupla mantém contacto com as regiões que inspiraram o projeto. Todos os artigos continuam a ser feitos por artesãos locais e, mesmo durante a pandemia, conseguiram continuar a trazer novidades. A próxima viagem para Bali está marcada para o início do próximo ano.
“Recebemos imensas novidades, sobretudo relacionadas com o Natal”, onde se destacam os tons mais naturais, com alguns apontamentos pretos, e muitas conchas, “que não ficam bonitas apenas em casas de praia”.
No entanto, as peças que têm tido mais procura são os abajours — como o modelo Lauhata Natural (um sítio em Timor), os candeeiros e as decorações de parede. Neste último caso, os pratos, como o Pandawa Black Sun, “dão mais vida à parede” e permitem “combinações com artigos diferentes”.
A História da Uma Cantik
Marta Vieira e Bram Vingerling são os nomes do casal maravilha que trouxe, para a Grande Lisboa, peças escolhidas a dedo pelos dois nas viagens que fizeram aos destinos que marcaram as suas vidas. Em setembro de 2019, apresentaram-se ao mercado português com uma enorme loja com dois pisos, em Carnaxide.
A portuguesa, de 27 anos, licenciou-se em Gestão pela Nova SBE, foi para Timor fazer voluntariado e acabou por ficar lá a trabalhar quando conheceu Bram, de 32, um neerlandês licenciado em direitos humanos pela Leiden University, nos Países, Baixos, e que trabalhava para o governo timorense nessa área. Em 2016, começaram a namorar e a visitar Bali juntos nas várias escalas que faziam a caminho de outros destinos.
Em 2017, depois de passarem seis meses a viver no México, decidiram instalar-se definitivamente em Portugal, onde Bram se sentiu logo em casa: “Ele é neerlandês, por isso adorou Lisboa, como é óbvio”, conta-nos a portuguesa.
Mas as saudades de viver numa ilha começaram a apertar e o casal fantasiava várias vezes em voltar aos dois destinos. Aos poucos, Marta começou a desenhar um plano para regressar a Bali e a Timor e trazer de lá as coisas giras de que tanto gostavam, como cestas, espelhos, mesas, cadeiras e estátuas escolhidas a dedo.
Convencer Bram não foi uma tarefa difícil. No início de 2019, o casal fez as malas e foi dois meses e meio para Bali sem nada de concreto em mente, mas muita vontade de começar um negócio próprio. “Fizemos muitos quilómetros de mota à procura de fornecedores locais”, revela Marta à NiT.
Eventualmente, Bram quis comprar produtos diretamente aos artesãos, cooperativas familiares e fornecedores locais, que fez questão de conhecer pessoalmente para ver como se faziam as coisas, como eram as pessoas e em que condições trabalhavam e arrancaram com o projeto.
“Uma” significa casa em tétum (a língua timorense) e “Cantik” significa bonita em indonésio.
Carregue na galeria para conhecer algumas das peças mais vendidas, que pode encontrar na Uma Cantik, e que o vão convencer a visitar o espaço.
