Tudo começou em 2016 com a personalização de calças. Por gosto e necessidade, Tiago Ribeiro decidiu customizar vários pares, acrescentando bordados ou estampados. Tratava-se de um hobby até que as pessoas à sua volta repararam na exclusividade destas peças e os pedidos aumentaram.
Ainda numa fase inicial, o criativo, atualmente com 34 anos, começou a trabalhar com vários artistas urbanos. Uma das primeiras parcerias foi criada com Add Fuel, nome artístico de Diogo Machado, que já tinha projeção internacional. Aos poucos, o público começava a decorar o nome da Metralha Worldwide.
Nos últimos anos, a etiqueta cresceu e vestiu vários nomes conhecidos, como Ivandro ou Carolina Deslandes, fez parcerias com marcas como a cerveja Post Scriptum e, durante a expansão internacional, até abriu uma pop up store em nome próprio, em Amesterdão, no verão passado.
No ano em que comemora oito anos, a Metralha Worldwide abriu o primeiro espaço físico na Praça 9 de Abril, em Vila Nova de Famalicão, no dia 1 de dezembro. Por lá, os clientes encontram todas as propostas da marca portuguesa que nasceu para aliar a moda à cultura urbana.
“A oportunidade surgiu quando sentimos que o conceito tinha uma maior maturidade e estabilidade”, explica o porta-voz à NiT. “Havia necessidade de ter um espaço que transmitisse tudo o que a marca é o que se tornou.”
A par do ex-libris da etiqueta, que continuam a ser as calças, com diferentes tipos de lavagem e obras de arte bordadas nos bolsos, o ponto de venda junta T-shirts, hoodies e até corta-vento. Há várias coleções temáticas, assim como edições limitadas e novidades.
Desde o início, um dos objetivos da marca é integrar “a cultura do merchandising de impacto”. Nas suas coleções, são incorporadas várias mensagens ou crítica social em pequenos apontamentos, seja um bordado ou um estampado.

Com cerca de 40 metros quadrados, o espaço é também “uma montra viva” com uma galeria que recebe obras de vários artistas plásticos, nacionais e internacionais. “Mais do que uma loja de roupa, é uma incubadora onde expomos peças e recebemos eventos”, sublinha.
A primeira colaboração foi desenvolvida com o artista contemporâneo R_gm, conhecido pelo estrito abstrato e surreal. A sua estética colorida contrasta com a paleta de cores mais neutra, escura e fria da loja.
O interior da loja foi pensado para se assemelhar a uma gruta, criando “uma casa de frieza criativa”, explica Tiago. Do teto às paredes, destacam-se as pedras esculpidas por uma equipa de artísticas plásticos, que as moldou para representar a origem do ser humano, que remete para as cavernas.
Já o nome, Metralha, também remete para o início, mas do negócio. “Surgiu da dificuldade”, recorda. “É impactante e representa a força, porque no início foi muito complicado materializar tudo o que tínhamos em mente. E estamos a representar as dificuldades de cada pessoa, de cada artista.”
Uma das novidades — uma espécie de “regresso às raízes” — é o serviço de personalização de peças. A partir de 2025, os clientes vão poder ter calças à sua medida, escolhendo o tipo de tecido, a lavagem da ganga, o fitting, os acessórios e o bordado que preferem.
Nos próximos meses, a equipa da Metralha Worldwide vai apostar em parcerias com artistas internacionais, algumas delas já fechadas. “A escolha tem a ver com o tipo de pessoa, a arte que produz e a forma como comunica com o público. Esta imagem é muito importante.”
Com presença em vários pontos do Globo, como Espanha, Alemanha, França, Suíça e Estados Unidos, a marca escolheu Famalicão não só por ser onde tudo começou, mas por “estar no centro do Norte”, entre distritos como Braga, Porto e Viana do Castelo, explica. “É bastante acessível e tem bastante movimento.”
Todas as peças da Metralha Worldwide estão disponíveis no site da marca. Há propostas a partir dos 9€.
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