O ano de Daniela Chambel começou com a necessidade de se reinventar. Após cinco anos a trabalhar como assistente social, a substituir uma colega com licença sem vencimento, no departamento de psiquiatria de um hospital, o contrato cessou. Quando ficou numa situação de desemprego, virou-se para a criatividade.
“Sempre gostei muito do mundo do design e, numa brincadeira, decidi fazer um saco de natação para a minha filha”, recorda à NiT. “Já fazia coisas mais pequenas para ela, mas como correu tão bem, parei para pensar. E se fizesse um casaco? E se tentasse uma saia?”
E assim foi. Com uma máquina de costura doméstica, a assistente social de 38 anos começou a focar-se nas peças infantis e, aos poucos, surgiram as peças para adultos. “As minhas amigas começaram a pedir artigos e decidi que tinha de alargar”, explica.
Quando a procura começou a aumentar, decidiu que estava na altura de transformar este projeto numa marca a sério. O resultado foi a criação da Unyca Studio, uma etiqueta de roupa única e artesanal inspirada na tradição e no estilo de vida alentejano.
Nascida no coração do Alentejo, mais precisamente em Portalegre, Daniela virou-se para o estilo de peças com as quais cresceu. Falamos dos típicos padrões, como o vichy ou os quadrados das toalhas de mesa, mas também dos coletes, que podem ser conjugados com botas e galochas.
No catálogo, destacam-se as jardineiras e as golas de bebé duplas, reversíveis com folho em viés, que podem ser compradas em separado e combinadas com blusas ou vestidos. Os bestsellers, porém, têm sido os coletes e os vestidos com padrões.
A fundadora confessa que, no seu dia a dia, o catálogo da marca é também uma extensão da sua personalidade e do seu gosto. É comum encontrar peças semelhantes, nomeadamente os coletes, nos coordenados dos quais não abdica diariamente. “Sou muito alentejana na forma de vestir.”
A primeira coleção de outono-inverno foi lançada esta segunda-feira, 4 de novembro, e está a correr melhor do que o esperado. “A sessão fotográfica está lindíssima e está haver uma enorme aceitação das propostas”, acrescenta.
A escolha dos tecidos foi feita com base nas texturas e nos estampados desejados. Cada padrão é inspirado no que se utilizava na região há largos anos, opções mais retro e sustentáveis, já que são confecionados 100 por cento em algodão e fabricados em Portugal.
Toda a produção é nacional. Além da escolha das matérias-primas, Daniela trabalha lado a lado com uma costureira num atelier local, que a ajuda a dar resposta às encomendas. “Já não conseguia fazer tudo sozinha e tive de alargar. Acompanho tudo de perto e, se algo não está bem, mudamos.”
Este compromisso permite opções mais personalizadas. Daniela trabalha sob encomendas que permitem aos pais criar conjuntos matchy-matchy para usarem com os filhos. Mesmo que uma peça não esteja à venda, podem optar por pedir um vestido e umas calças para os mais novos, no mesmo tecido.
O nome surgiu por acaso, num dia em que a assistente social estava no banho, a refletir sobre os objetivos do negócio. “Queria que se olhasse para uma peça e fosse tão única que dissessem que só podia ser da marca. Ficou Unyca, porque a essência é essa: olhar e estar identificada.”
Por ser um projeto recente, ainda há vários objetivos a cumprir. Para chegar a mais pessoas, a criativa quer levar as coleções para feiras e mercados de Natal não só no sul do País, mas também em Lisboa e no Porto. Já há vários convites e, a partir de dezembro, as peças não vão estar apenas online.
Todas as peças estão disponíveis no site da Unyca. Há opções a partir dos 16,90€.
Carregue na galeria para conhecer algumas das propostas.
