Quando a Balenciaga começou a apostar no hype do streetwear, em 2017, o sucesso foi imediato. Na altura, parecia impossível que visuais urbanos fossem incluídos numa passarela. A verdade é que o diretor criativo da marca de luxo, Demna Gvasalia, passou a apresentar modelos com cortes novos, melhor qualidade e um design apelativo.
Durante esta transição, a etiqueta fundada por Cristóbal Balenciaga, em 1919, ganhou todo um novo público. O casal Bernardo Aquino e Filipa Pinto, de 27 e 25 anos, respetivamente, passaram a fazer parte da lista de clientes deste nicho que se formava no mercado, uma mistura entre as insígnias high end e aquilo que se via nas ruas.
“Escolhemos a marca como a nossa principal referência, porque faz sempre algo diferente. Têm ideias arriscadas e apostam em criações únicas”, explica à NiT o fundador. “E acreditamos que vai progredir ainda mais.”
Em maio, resolveram lançar a Valengi. Inspirada na casa espanhola, pretende afirmar-se como uma marca de luxo no segmento do streetwear. T-shirts, sweats e crop tops, com o logótipo do projeto a surgir de inúmeras formas, são algumas das propostas que servem como bilhete de apresentação desta dupla.
A aposta é a primeira experiência de ambos no mundo da moda. Ele é gestor de empresas — uma delas relacionada com a indústria têxtil, ela trabalha como enfermeira. Resolveram aprofundar a dois a paixão comum pelo vestuário, que os motiva a explorar novos designs.
“A Filipa adora experimentar várias fórmulas e modelos em programas digitais para descobrir aquilo de que gosta e o que não resulta”, acrescenta Bernardo, sobre a autodidatismo da namorada. “Estamos a tentar concretizar as ideias que desenvolvemos, baseadas nos nossos gostos. Não queremos copiar modelos.”
Outro dos objetivos é democratizar o streetstyle, fazendo com que mais adeptos possam estar a par das tendências e ter acesso a propostas premium. Muitas vezes, devido aos preços elevados, as pessoas acabam por não comprar exatamente o que querem. Então, estão a tentar provar que é possível adquirir modelos de qualidade por valores acessíveis.
As peças são produzidas com tecidos orgânicos, com destaque para o algodão. A seguir, a produção é feita em fábricas nacionais, situadas no norte do País. A ideia é que o projeto seja 100 por cento português.
Descrita como ousada, a marca quer ainda criar experiências novas não só através da roupa, mas também organizando eventos e desfiles. Neste momento, estão a preparar uma festa inaugural para o próximo ano e a dupla já se encontra em contacto com vários parceiros para pôr o evento de pé.
Além disso, estão a prever o lançamento de duas vertentes. A primeira é o vestuário, com a linha Valengi Wear, e a segunda prende-se com o mundo do desporto. No fundo, vão dar apoio a alguns atletas e marcar presença em algumas modalidades, como o trail e os motorizados.
Sobre o nome, Bernardo explica que “não tem significado”. “Acordei de manhã, olhei para a Filipa e perguntei-lhe o achava de Valengi. Ela aprovou e acabou por ficar.”
Neste momento, fica a faltar apenas o lançamento do site, que está previsto para o início de outubro. Até lá, pode conhecer as novidades da marca na sua página de Instagram e fazer as encomendas através da rede social.
Carregue na galeria para conhecer algumas das peças da marca. Os preços variam entre os 50€, no caso das T-shirts, e o 100€ se preferir uma sweat.