Lojas e marcas

Vem aí a low cost Action. “Temos 6 mil artigos a rodar, a maioria custa menos de 2€”

A primeira loja abre esta quinta-feira, 29 de fevereiro. A cadeia neerlandesa falou com a NiT sobre o plano de expansão.
"É apenas o início da nossa expansão."

Quando a Action abriu a primeira loja em França, em dezembro de 2012, só apareceram duas pessoas para a inauguração. Surpreendidos com os valores indicados nas etiquetas, os primeiros visitantes perguntaram logo quanto tempo iria durar a redução — até perceberem que se tratavam dos preços fixos dos produtos.

“Os clientes agarraram nos telemóveis e começaram a ligar a amigos e familiares. Uma hora depois, tínhamos a loja cheia. E em 2023 fomos escolhidos como a marca favorita dos franceses”, recorda Bart Raeymaekers, o diretor regional da cadeia no Benelux, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, 

Apesar do sucesso, a cadeia neerlandesa dos “preços pequenos, sorrisos grandes” continua a não investir em marketing, apostando no passa-palavra. “Acreditamos na estratégia dos bons restaurantes. Quando descobrimos um que nos agrada, gostamos de o recomendar. É o que fazemos. Quem compra na Action por metade do preço, acaba por partilhar a informação com os amigos e conhecidos”, acrescenta.

O fenónemo chega a Portugal esta quinta-feira, 29 de fevereiro. A loja situada no Focus Park, em Vila Nova de Gaia, irá receber centenas de novidades todas as semanas. A oferta inclui milhares de propostas que custam, no máximo, 99 cêntimos. Roupa interior, utensílios de cozinha, material de artesanato, materiais de bricolage, multimédia, cuidados pessoais ou brinquedos são apenas algumas das 14 categorias dos artigos disponíveis.

“Os portugueses também desejam pagar menos”

A entrada no mercado nacional é consequência da “progressão natural” da cadeia na Península Ibéria. “O nosso plano de expansão passa por ir de um país para o outro. Já estávamos em Espanha e fomos abrindo em novas cidades até chegarmos a Portugal”, sublinha. “É um País lindo e os portugueses também desejam pagar menos pelos produtos.”

Já a escolha de começar pelo norte do País está relacionada com a cadeia de fornecimento, visto que as lojas atuais vão ser abastecidas pelo centro de distribuição de Toulouse, em França. Bart refere a intenção de abrir um centro de distribuição em Madrid, em outubro, para facilitar a chegada da marca a outras regiões a sul do País.

Embora não revele quantas aberturas estão projetadas até ao final do ano, já existem mais três pontos de venda confirmados no Porto. “Este é só o começo”, refere, adiantando que os quatro espaços comerciais vão dar trabalho a cerca de 80 pessoas.

Ainda não há datas oficiais, mas sabe-se que a marca vai chegar a cinco cidades portuguesas nos próximos meses. Espera-se que haja espaços em Coimbra, Guarda, Entroncamento, Guimarães e Vila Nova de Gaia — pelo menos é nessas localidades que a empresa está a recrutar através do site oficial e da página de LinkedIn.

“Queremos chegar a Lisboa. Se olharmos para a história da marca em cada país, começamos por um espaço e inicia-se uma espiral até encher determinado destino. Ainda não sabemos qual vai ser o dia, mas acreditamos que toda a gente merece uma Action perto de si.”

“A maioria dos nossos artigos custa menos de 2€”

Se fizermos as contas ao número de marcas de baixo custo que se têm instalado em território nacional, concluímos que Portugal é o paraíso das lojas low cost. Depois da chegada da Primark, em 2009, juntaram-se rivais como a polaca Pepco, das germânicas Kik e Tedi, da dinamarquesa Normal ou da neerlandesa Zeeman. Todas têm feito um enorme sucesso.

Afinal, o que diferencia a Action da concorrência? “Acreditamos na nossa fórmula. Temos cerca de 6 mil artigos a rodar, o que torna cada ida à loja numa surpresa. É sempre o preço mais baixo que, combinado com os básicos, torna a experiência especial para os clientes.

“A maioria dos nossos artigos custa menos de dois euros. Temos uma vasta oferta entre os dois e os cinco e só 7 por cento dos produtos custam mais de cinco euros”, acrescenta. “Com a inflação na Europa, muitos clientes preferem vir primeiro a uma loja Action, em vez de comprarem produtos de marcas como a Colgate, por exemplo, no supermercado. Aqui encontram o essencial ao melhor preço.”

Bart Raeymaekers, diretor regional da cadeia em Portugal.

A marca consegue o preço mais baixo devido à compra de grandes quantidades, à política de rapidez e à flexibilidade. Quando um fornecedor sobe muito o preço de determinado artigo, a Action deixa de o comprar. “Se não o tivermos, não há problema. É assim que funcionamos. Somos eficientes na forma como transportamos, armazenamos e vendemos o sortido.”

Quanto aos produtos mais procurados pelos clientes, revela Bart, destacam-se os artigos para o lar. Tudo o que seja usado para limpar, desde os detergentes às esponjas, estão entre os mais vendidos porque são mais necessários para o dia a dia do que artigos desportivos. No entanto, as propostas de decoração também ocupam o topo da lista.

Embora não revele o investimento d marca em Portugal, o diretor regional tem bastantes expetativas sobre a expansão. “Há sites de holandeses que vivem em Portugal e, quando saiu a notícia de que vínhamos para cá, estavam bastante entusiasmados. Esperamos contar com essa mesma excitação por parte dos outros consumidores.”

Inaugurada em 1993, a Action começou por ser uma pequena loja nos Países Baixos. A empresa evoluiu rapidamente para se tornar numa retalhista de bens não alimentares e, desde então, já soma mais de duas mil lojas e 80 mil colaboradores em 11 países — Espanha, França, Itália, Alemanha, Áustria, Bélgica, Suíça, República Checa, Polónia, Eslováquia e Países Baixos. E não se vai ficar por aqui.

Carregue na galeria para conhecer alguns dos artigos que poderá encontrar nas lojas da marca. 

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