Depois de mais de uma década a encantar o País com peças muito elegantes, o minimalismo da marca nacional wetheknot ganha um espaço próprio. A loja foi inaugurada no final de 2021, em Alfama, pelo duo por trás do negócio. Sérgio Gameiro, designer de moda, e Filipe Cardigos, designer gráfico uniram forças no espaço que veio mudar o cenário comercial do bairro histórico.
Além das vendas online, a dupla já vendia numa loja física partilhada, no Bairro Alto. Porém, o sonho passava por abrirem uma localização própria para “comunicar a marca de uma forma autêntica” e sem compromissos. Conseguiram cumprir o desejo no final de 2021, abrindo a boutique pet-friendly num dos bairros mais conhecidos e típicos da capital.
“Estávamos há dois anos à procura de uma loja. Quando vimos o espaço nesta rua, achamos que as características da nossa marca o tornariam nosso”, explica Sérgio. Queriam um sítio onde existisse muita circulação de pessoas, mas também preencheram uma lacuna na zona: “O feedback das pessoas que moram aqui é positivo porque, no meio de muitas lojas de souvenirs a venderem as mesmas coisas, um espaço de roupa jovem não é muito comum.”

Neste novo espaço, encontrará as peças características da sua filosofia slow-fashion. Marcada pelo minimalismo estético, simplicidade e intemporalidade, produzem roupa com tecidos bastante macios. Paralelamente, são “minimais porque queremos que as pessoas, quando compram uma peça nossa, a tenham durante o mais tempo possível” e com um design que possa ser usado daqui a uns anos.
A loja tem cerca de 30 metros quadrados, uma dimensão reduzida, e apresenta uma imagem neutra e moderna. Não queriam que o espaço ficasse muito cheia, de forma a que os “artigos pudessem respirar” e que as pessoas possam olhar para eles. Os dois criativos trataram das obras e tornaram o pequeno estabelecimento numa galeria: “Tem um aspeto muito simples, em tons neutros, com toda a mobília e a estrutura com materiais mais frios e industriais para contrastar com as nossas peças quentes”.

A história da wetheknot
O projeto surgiu em 2010 de forma muito orgânica. Os dois cofundadores conheceram-se no Porto, acabados de sair da faculdade, e tudo começou com um desafio proposto por Filipe, atualmente com 38 anos. “Ele recolhia os guarda-chuvas estragados da rua, desmancha-os e guardava os tecidos. Um dia, apresentou-se um saco cheio e desafiou-me a fazer alguma coisa com o material”, conta à NiT Sérgio, de 34 anos.
Desenvolveram a primeira coleção com dez calções de banho masculinos, uma vez que a matéria-prima era impermeável e leve. O uso de um material reaproveitado de forma engenhosa gerou bastante interesse. Ainda assim, de acordo com o designer de moda, “o mercado ainda não estava preparado para aquele tipo de produtos” e apostaram em tecidos comprados, mas sempre com a sustentabilidade presente.
Numa fase inicial, destacaram-se pelos acessórios, nomeadamente as carteiras, e foram progredindo naturalmente. Começaram a surgir peças de roupa, trabalhadas com matérias-primas sustentáveis em solo nacional. Atualmente, mais de metade da produção é feita num estúdio, localizado na Mouraria, colaborando com um costureiro, Sohil Vahora. A outra metade é feita por Dona Manuela, uma colaboradora de Vila Nova de Famalicão.
Mais do que uma produção de moda sustentável, é nas relações humanas que o projeto encontra o âmago do seu ADN. Nestas colaborações com artistas locais, a estética clean da wetheknot é o reflexo do cuidado dos criadores em ter um espaço onde todos são recebidos de braços abertos.
Além de poder visitar a loja no número 41 da R. de São João da Praça, pode conhecer a oferta da marca no site. Carregue na galeria para conhecer algumas das peças do catálogo da wetheknot.