Lojas e marcas

Zebra. A nova loja em Lisboa onde os homens encontram “elegância à medida”

O espaço divide-se entre pronto a vestir e peças personalizadas. Há quem procure fatos para festas ou roupa para o dia a dia.
Fica no coração da capital.

Embora Nuno Marques tenha sempre nutrido uma paixão pelo vestuário masculino, o seu sonho começou no universo dos acessórios. Em 2018, quando trabalhava numa empresa de moda portuguesa, optou por lançar um projeto de óculos de sol artesanais para evitar conflitos de interesse.

Em 2021, durante a pandemia, Nuno decidiu despedir-se, abrir uma loja e reinventar o seu negócio. O pequeno espaço, localizado em Campolide, rapidamente se encheu de artigos personalizados.

O empreendedor de 45 anos adotou uma lógica semelhante no novo projeto. “Não existem dois casacos ou duas calças iguais”, explica à NiT. Assim, não encontrou um nome mais apropriado do que Zebra. “É uma palavra universal e não existem duas iguais, pois as riscas são sempre diferentes.”

A marca cresceu e o primeiro ponto de venda — que tinha cerca de 15 metros quadrados — tornou-se insuficiente. A nova loja da marca abriu em agosto, no número 1 da Rua da Artilharia, em Lisboa, com roupas masculinas que prometem durar quase toda uma vida, combinando estilos atuais e de décadas passadas.

“No espaço anterior, apesar do horário, trabalhávamos muitas vezes das oito da manhã à meia-noite. Para dar resposta à procura, tínhamos um horário alargado”, confessa. Assim foi até tomar a decisão de avançar com a loja que ambicionava ter desde que surgiu a ideia de negócio.

A oferta da Zebra divide-se entre a coleção de pronto a vestir e a linha de roupa feita por medida. No primeiro caso, apostam em básicos de qualidade para o dia a dia, como camisas ou calças chino. O objetivo é oferecer as peças “que fazem falta no guarda-roupa” de qualquer homem.

Na segunda categoria, focam-se em três mercados. Nuno recebe muitos pedidos de fatos por medida para casamentos, seja dos noivos, dos pais ou dos padrinhos, que representam 50 por cento da procura, sobretudo entre março e agosto, os meses mais fortes em festas e cerimónias.

A outra metade divide-se entre os homens que procuram fatos diferenciados, com detalhes mais extravagantes e cores únicas, ou que pedem medidas muito específicas. Se medir mais de 2 metros e não encontrar oferta em mais nenhum lugar, por exemplo, “será sempre bem-vindo”.

A coleção está distribuída pelos 65 metros quadrados da loja, que tenta recriar a divisão onde está instalado o guarda-roupa. Queremos que o cliente que nos visita se sinta em casa”, explica sobre a decoração com foco na madeira, nas cores sóbrias e em elementos como quadros ou livros, cuidadosamente selecionados.

São conhecidos pelos fatos à medida.

“Somos uma marca assumidamente de homem”, sublinha o fundador, que trabalhou durante mais de duas décadas para uma etiqueta dedicada ao mesmo segmento. Por isso, apesar das dificuldades colocadas pelo digital, acredita na possibilidade de crescimento do conceito no contexto do comércio tradicional.

A equipa, composta por dois trabalhadores fixos, aposta num atendimento personalizado. “Somos apaixonados por aquilo que fazemos e defendemos sempre o cliente com marcação baixa e custo definido”, aponta. “Se uma camisa tem um preço, vai mantê-lo daqui a um ano. O oposto não seria transparente.”

Quanto ao catálogo, a maioria das peças são feitas em Portugal e a prioridade é sempre concedida a fornecedores nacionais. “A qualidade do artigo é muito importante, mas tem de ser sempre acompanhada por um bom serviço de venda e pós-venda.”

Esta filosofia reflete-se na relação que mantêm com os clientes e que espalham a palavra. Nuno aposta no marketing de referência. “Quando queremos introduzir um produto, entramos em contacto e até sugerem artigos”, revela. “Sabemos os nomes deles, eles sabem os nossos — e conhecem a nossa história.”

Idealmente, querem seguir o mesmo modelo dos negócios tradicionais de rua que têm deixado de existir, sobretudo com o aparecimento das grandes superfícies. O objetivo é que as pessoas tragam os vizinhos, levem peças para experimentar, “até sem pagar”, e regressem com elas.

A abertura de um novo espaço já se faz sentir na Zebra, que até então se encontrava num espaço onde “o produto não respirava”. Os clientes sentem-se surpreendidos com a oferta de produtos que, até então, não viam pela loja anterior ser tão pequena.

Além disso, estando numa zona menos escondida e com maior circulação, recebem muitas caras novas. “Era raro o cliente que não vinha de propósito para nos visitar. Agora, todos os dias temos walk-ins de pessoas curiosas.”

Os próximos passos? Nuno quer aumentar a expressão online, que considera quase inexistente, apesar de fazerem algumas vendas. Após essa aposta, o sonho seria abrir uma segunda loja no Porto, mas sabe que seria um desafio. Afinal, “é preciso manter o mesmo nível de atendimento”, conclui.

Os preços de um blazer por medida na Zebra começa nos 395€, enquanto um fato pode ser comprado a partir dos 570€. Já no pronto a vestir, há opções de camisas clássicas a partir dos 59€.

Carregue na galeria para ver mais imagens da loja e conhecer melhor o conceito.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. Artilharia 1, 118B
    1070-213 Lisboa
  • HORÁRIO
  • Terça a sexta-feira das 10h às 13h e das 14h às 19h
  • Sábado das 10h às 13h

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