Lojas e marcas

A marca nacional com malhas às riscas que nos levam de volta à infância

Diogo Mestre participou na ModaLisboa e decidiu lançar a sua própria etiqueta. Todas as coleções têm um lado autobiográfico.
No desfile da ModaLisboa.

Quando começou a desenhar as primeiras peças de roupa, Diogo Mestre voltou-se para a infância. O jovem de 22 anos fez uma recolha fotográfica dos dias passados no Alentejo, inspirando-se não só nas cores e nas texturas, mas também nos cheiros e nas sensações com os quais cresceu.

A criatividade sempre foi a constante na sua vida. Na creche, fazia roupas com toalhitas ou papel e já dizia que queria ser estilista. Percebeu mais tarde que a ideia era assustadora para a família. Ninguém acreditava que conseguiria fazer dinheiro através da moda.

Embora tenha entrado em escultura no ensino superior, continuou a pensar na especialização em design. “Tentei sempre ligar a moda e a arte, então trabalhava muito com escultura têxtil”, conta o criativo à NiT, que acabou por entrar no mestrado de design de moda.

No final do curso, teve a oportunidade de apresentar uma coleção no Sangue Novo, da ModaLisboa, a 7 de março. O concurso aberto foi o ponto de partida para mostrar as primeiras peças da marca que lançou aquando da participação na competição, a Mestre, onde continua a contar histórias com uma perspetiva autobiográfica.

Diogo sempre quis ser estilista.

“Surgiu o desejo de criar peças com malha, tal como costumava ver as minhas tias e avós a usar para fazer cachecóis ou camisolas”, acrescenta. “Queria que a questão da manualidade trouxesse um valor simbólico e afetivo. A peça é feita a pensar em alguém.”

Do azul e do vermelho das riscas às linhas retas, os conjuntos de Diogo são marcados pelo contraste entre as silhuetas descomplicadas e o trabalho com cores e formas. “Não gosto de inventar demasiado. Acho que os desenhos têm de ser fortes e simples.”

Outras criações do jovem incluem a utilização de fio de lã, algodão ou seda. No lançamento há peças que não são “apenas para vestir o corpo do utilizador, mas também para comunicar e envolver o espetador numa narrativa visual única”.

“Acho que o passado vai estar sempre presente [no meu trabalho]. A minha estética tem a ver com tudo o que me envolve, o sítio onde cresci e o imaginário”, continua. “Estou numa fase em que quero explorar muito e divertir-me, mas manter-me fiel ao meu ADN.”

Por isso é que, apesar do lado conceptual, quer seguir um caminho mais comercial. “É valioso ver que as pessoas têm na sua posse algo que fui eu que criei à mão e que levou semanas ou até meses de trabalho”, conclui.

Diogo já está a trabalhar na próxima coleção, que vai ser lançada em outubro. O trabalho manual vai continuar presente e os detalhes “serão muito pensados”, mas o fundador da marca garante que vai continuar a explorar novas visões — com muitas formas e cores à mistura.

As peças são exclusivas e podem ser reservadas no site da marca a partir dos 100€. Após a encomenda, ficam prontas em cerca de um mês.

Carregue na galeria para conhecer as peças.

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