Na casa de Catarina Vassalo, o despertador toca todos os dias às seis e meia da manhã. Levanta-se e tem uma hora para se arranjar, preparar o saco para o ginásio e tratar dos lanche das filhas Mia e Ema Azevedo, de três e seis anos.
Uma hora depois, Catarina, de 36 anos deixa as miúdas no colégio no Linhó, faz uma hora de desporto e segue para o atelier Cata Vassalo, no número 713 da rua Cesaltina Fialho, em Alcabideche.
É lá que a designer passa a maior parte do dia, até às 17 horas. “Estou 90 por cento do tempo a trabalhar as peças. A Rita Pereira é minha assistente e trata das vendas. Ela conhece muito bem a marca”, explica Catarina à NiT.
O mais provável é já ter ouvido falar no nome Cata Vassalo. Criada em 2016, é uma das marcas portuguesas mais promissoras do momento, com milhares de seguidores nas redes sociais. Mas este sucesso tem uma história por trás.
Quando era miúda, Catarina passava o verão na Praia Grande, em Sintra. “Durante o dia eu e a minha irmã Madalena andávamos pela praia a vender colares de missangas. Eu fazia e ela parecia uma verdadeira vendedora de bolas de Berlim. Gritava bem alto ‘olha os colares de missangas’. Eu ficava cheia de vergonha,” conta.
A designer não se recorda do preço que pedia por cada acessório, mas não esquece o que compravam com o lucro: “Repúnhamos o stock, comprávamos gomas e outros disparates”, relembra a rir.
Foi assim que, durante alguns anos, Catarina se entreteu e dedicou à sua paixão pela bijuteria. Mais tarde, em 1998, inscreveu-me num curso profissional de Restauro de Metais, em Sintra.
“Quando terminei fui diretamente para o desemprego. Acabei a trabalhar no restaurante Pôr do Sol, que era dos meus pais. Até que em 2006, o meu marido, na altura namorado, Francisco Azevedo, propôs-me irmos viver para Southampton, em Inglaterra.”
Francisco ia tirar um curso em Arquitetura Naval e sugeriu que Catarina começasse a vender as suas peças naquele país. “Durante esses anos tinha feito muitos acessórios para amigos e ele achava que o negócio podia correr bem lá fora. Eu nem inglês como deve de ser falava na altura, mas resolvi ir à descoberta”, conta à NiT.
Os primeiros tempos não foram fáceis. Catarina tinha um contacto que lhe enviava missangas da Índia e peças semi-preciosas e fazia a bijuteria a partir daí. “Bati de porta em porta e fiz alguns eventos. Passei alguns anos a vender apenas para lojas e não diretamente aos clientes.”
Um dia, “fartos do mau tempo”, o casal fez as malas e meteu-se no avião em busca de uma nova aventura. Aterraram em Valência, Espanha, e as coisas correram bem. “O Francisco arranjou trabalho na área e eu abri a loja ‘Biju e Etc'”, conta.
Neste espaço, a portuguesa vendia todo o tipo de bijuteria. Começou, também, a experimentar fazer toucados (um acessório muito usado no cabelo das noivas). “Tinha uma prateleira pequena com eles e lembro-me perfeitamente do dia em que vendi o primeiro, a 29 de abril de 2011, no dia do casamento de Kate Middleton com o Príncipe William. Era branco com penas e uma flor. Se não me engano, custava 38€.”
Passados cinco anos, Catarina ainda regressou uma temporada a Inglaterra, antes de voltar para Portugal. Em 2016, depois de fechar a loja de Espanha, criou a marca online Cata Vassalo, que vendia além dos acessórios para noivas, bijuteria.
Em maio do mesmo ano, juntou-se com Madalena Braga e juntas tiveram um espaço em Lisboa. Entretanto, a 29 de janeiro de 2017 cortou a fita do seu atelier e loja, em Alcabideche.
Embora os seus toucados, clutches e brincos sejam um sucesso, Catarina resolveu ampliar ainda mais o negócio. No início de julho apresentou uma coleção de bandoletes. “São, sem dúvida, uma grande tendência. A linha já estava pensada desde o Natal e até vendi algumas propostas no mercado da Maria Guedes, em dezembro. Correu tão bem que decidi investir mesmo numa coleção”, explica.
Coleção essa que está a fazer sucesso entre as celebridades portuguesas. Cláudia Vieira, por exemplo, esteve de férias em Formentera, Espanha, com a amiga Inês Mendes da Silva e as duas publicaram fotografias nas redes sociais com o acessório.
Também a influencer Mafalda Sampaio, do blogue “A Maria Vaidosa” mostrou em várias imagens no Instagram como a bandolete de Cata Vassalo faz toda a diferença no seu look.
“De todo que não é um contrato publicitário que tenho com elas. Escolhi várias pessoas que acho que se identificam com a marca e envie-lhe as minhas coisas. Elas usam se quiserem. Como isso tem acontecido, acredito que acham giro e que é autêntico”, conta Catarina.
Por enquanto há três modelos de bandoletes: uma com um nó, outra lisa e ainda uma almofadada — todas elas estão disponíveis em várias cores e à venda por 55€.
“Tudo o que existe na Cata Vassalo é personalizável. A cliente chega à loja e tem muitos acessórios à escolha. Mas se quiser podemos fazer um de raiz,” conclui.
A seguir, carregue na galeria para conhecer melhor esta nova coleção e outros acessórios da marca, que pode comprar também online.