No final de 2022, a Mattel deu uma nova forma à famosa boneca da Barbie: transformou-a na eterna rainha do rock, Tina Turner. Com um visual inspirado no videoclipe do hit “What’s Love Got To Do With It”, de 1984, foi vendida com o vestido curto de cabedal que a artista combinou com o seu icónico casaco de ganga. Além do penteado que se tornou uma das suas maiores assinaturas, claro.

A estrela que morreu aos 83 anos, esta quarta-feira, 24 de maio, ficou conhecida como um ícone de estilo por motivos que vão além dos vestidos dourados, diminutos e brilhantes. Durante os anos 90, a “Miss Hot Legs” deixou de lado as lantejoulas, franjas e missangas para lançar outras modas que revolucionaram o estilo feminino. Entre elas, provou que os blusões (e as calças) de ganga podiam ser tão ou mais sexy que os vestidos cheios de brilho.

Em 1985, Turner voltou a usar um uniforme muito semelhante ao que foi visto no vídeo. Estava numa fase de transição na sua carreira após a separação de Ike, algures entre o lançamento a solo e o estrelato global. Durante a digressão “Private Dancer”, subiu ao palco com um casaco de ganga ornamentado com pins e patches, o minivestido e as meias de rede — uma imagem que quase todos os fãs têm presente.

Durante a década, quando o tecido ainda estava a ganhar o seu momentum, a cantora já explorava o estilo. Mesmo quando não era esperado que a musa dos estilistas mais famosos — como Gianni Versace, Bob Mackie e Azzedine Alaïa — surgisse de forma tão simples. A verdade é que, depois disso, era raro a pessoa que saía à rua e não reparasse no impacto da estrela: todas as mulheres começaram a seguir o exemplo.

No final dos anos 80 e nos primeiros anos da década seguinte, o blusão de ganga — quanto mais coçado melhor — tornou-se no uniforme de quem saía à noite. Os vestidos eram sempre bem curtos e justos, os saltos vertiginosos e o contraste com o casaco em denim, dava o toque rockeiro ao look que todas as mulheres procuravam.

Em 1990, foi ainda mais além. Para a digressão “Foreign Affair”, que bateu múltiplos recortes, apareceu em palco com um dos conjuntos mais casuais e despojados, também com a ganga como protagonista. Combinou um par de jeans desbotados de cintura subida e uma camisa branca esvoaçante, que mostraram o lado mais informal da diva.

Sendo um nome tão conhecido pelo estilo ousado e monumental, até podia parecer estranho quando se mostrava tão confortável sem os figurinos habituais. Porém, mostrar que se conseguia despir de todos os excessos não lhe retiravam o poder. Afirmavam-no: significa que ela podia ser tudo o que queria em palco.

Nesta altura, foi pioneira na forma como transformava peças banais, usadas no dia a dia, em símbolos de sensulidade. É justo dizer que foi uma das responsáveis por lançar a moda das mom jeans, levando-as para os seus espetáculos, e tornando-as uma obsessão que regressou três décadas depois. O guarda-roupa feminino dos dias de hoje espelham um pouco deste legado que o ícone deixou no mundo da moda.

“Às vezes, acho que sou tão famosa por minhas pernas quanto por minha voz”, revelou numa entrevista ao jornal “The Sun”, publicada em abril de 2023. A verdade é que a artista quebrou barreiras também através dos figurinos e, mesmo quando usava jeans, conseguia mostrar todo o seu poder, energia e sensualidade.

A NiT escreveu também um artigo sobre a história do famoso vestido dourado que salvou a vida de Tina Turner e como a cantora conseguiu superar a morte dos dois únicos filhos biológicos.

Carregue na galeria para recordar também alguns dos looks dourados que a cantora usou ao longo da sua vida.