Anna Wintour, editora-chefe da revista “Vogue”, é um dos nomes mais enigmáticos do mundo da moda. Conhecida pela postura esfíngica e pela rigidez, a verdade é que pouco se sabe da sua vida além do penteado característico e do estilo irrepreensível. A biografia não autorizada “Anna — The biography”, escrito por Amy Odell e lançada a 2 de maio, procura desbravar a personagem que o público conhece em cerca de 450 páginas.
“Algumas pessoas disseram-me: ‘Não vais conseguir fazer isso’”, recorda Odell numa entrevista à “The Cut”. “’A ‘Condé Nast’ vai acabar contigo’. Mas outras pessoas disseram: ‘Acho que ela vai ajudar-te; não te preocupes’. Foi interessante ter essas duas perspectivas no início do jogo”.
Apesar de não mostrar oposição ao lançamento da obra, Wintour recusou os vários pedidos de entrevista. O livro começou a ser escrito em 2018 e contou com 250 fontes, que ajudaram a criar um retrato humano e transparente de uma das mulheres mais poderosas na América. Foi um longo processo de quatro anos.
Do período em que trabalhou na revista “New York”, quando era uma outsider, ao seu império no mundo na moda, tudo é contado. Incluindo a sua juventude. Para isso, Odell passou muito tempo na biblioteca, onde encontrou, por exemplo, cartas pessoais trocadas entre Wintour e o pai.
Não é coincidência que o a biografia tenha sido lançada na primeira segunda-feira de maio, a mítica data da Met Gala. A escritora cobre, ainda, momentos que se tornaram simbólicos, como a fase em que Wintour assumiu o comando do evento, em 1999, num momento de fragilidade emocional que poucos associam à sua imagem severa. Nessa altura, passava por um processo de divórcio com Shelby Bryan, o único homem que a terá feito chorar.
“Foi uma oportunidade para falar sobre o poder dela, como ela se tornou tão poderosa e como mantém esse poder. Ela estará na “Vogue” há 34 anos este verão e isso é feroz, especialmente nos media. Para alguém tão público, ela é realmente uma figura misteriosa que tem sido tema de tantos boatos”, acrescentou Amy Odell ao “The Guardian”.
O livro de capa dura foi publicado pela editora Simon & Schuster e custa 28€, mas o preço pode variar de acordo com a retalhista. Ainda não está à venda em Portugal.