Até há pouco tempo, Dyanne Miryan era um nome que poucos conheciam no País. Porém, no último ano, a influencer que trocou o Brasil por Portugal, em 2017, teve uma ascensão meteórica. Além de ter mais 200 mil pessoas a acompanhar todos os seus looks no Instagram, a jovem de 27 anos tem somado várias conquistas na indústria da moda.

A exposição nas redes sociais abriu-lhe várias portas. Dos primeiros trabalhos com a Miu Miu em Lisboa, seguiram-se as presenças regulares em eventos de etiquetas como a Louis Vuitton ou a Dior. Surgiu ainda a oportunidade de figurar na página principal da “Elle” da Arábia Saudita, da “Carlota” e da “Forbes” portuguesa.

Dyanne já havia contado à NiT como tudo aconteceu, dos primeiros anúncios no Brasil, à mudança para Portugal e aos negócios no imobiliário, enquanto empresária. Agora, continua a brilhar no mundo da moda. Na semana da moda de Paris, que terminou a 7 de março, teve a acesso exclusivo à produção dos desfiles das marcas mais conhecidas.

À NiT, revela como surgiu a oportunidade, fala sobre a experiência de estar tão próxima dos desfiles de etiquetas que sempre acompanhou e adianta os seus próximos passos no meio.

Já está habituada a assistir a desfiles de moda. Esta foi a primeira vez em que teve acesso à produção?
Desta forma, sim. Dos desfiles aos jantares e até à presença em algumas after parties foi uma semana intensa e muito rica em vivências novas no mundo da moda. Na Paris Fashion Week, todos os momentos são únicos e diferentes. Se Paris já é uma cidade linda, nesta altura fica ainda mais elegante e cheia de brilho.

Dá-lhe mais prazer ter acesso a esses momentos ou assistir apenas ao resultado final?
Tenho uma admiração enorme por tudo. Gosto do processo todo. Da ideia [dos desfiles] à sua criação. É tudo maravilhoso no mundo da moda. Todos os designers são pessoas únicas com rasgos de criatividade incríveis e, em conjunto com as suas equipas, conseguem realizar e apresentar momentos incríveis.

Como é que surgiu a oportunidade? Foi por convite das próprias marcas?
Sim, pela ligação profissional que mantenho com cada uma delas. É uma honra poder ser convidada pelas marcas mais importantes no mundo da moda e é com muito orgulho que também sinto a confirmação de que a admiração é recíproca. São convites que me honram.

Balenciaga, Miu Miu e Dior. Qual foi o momento mais memorável de toda a experiência?
E Louis Vuitton, Givenchy, Balmain, Ellie Saab [risos]. Sou apaixonada por todas. Tenho um carinho muito especial e uma relação mais antiga com a Louis Vuitton, Dior e Miu Miu, mas todas elas me surpreendem sempre. Neste evento, não houve nenhuma exceção. Todas apresentaram propostas muito interessantes e de uma qualidade e criatividade premium como fazem sempre.

No caso da Balenciaga, esteve recentemente envolvida em várias polémicas. Sentiu que isso afetou o ambiente nos bastidores?
Não, de todo. A polémica passou de imediato também pela resposta rápida e eficaz da marca, que assumiu os erros. Na devida altura, a Balenciaga tomou a melhor atitude e resolução com as declarações que fez e ao retirar as campanhas em causa. O ambiente que se respirava era de puro prazer e respeito por uma marca com tanto valor.

Em termos do desfile, notou muitas diferenças face às coleções anteriores?
Diria que talvez tivesse havido menos espetáculo. Foi mais calmo, com menos show talvez mesmo para a concentração ser nas roupas e não nas polémicas do ano passado. Mas isso não comprometeu o interesse pela coleção. É mais minimalista, tem muitos fatos à medida e vestidos de noite românticos. É uma coleção mais suave e feminina e com alguma influência streetwear da marca. Curiosamente, o que se notou muito foi a ausência de logótipos.

Nos nossos lugares, o diretor criativo Demma deixou uma nota aos convidados que dizia entre outras coisas: “A moda tornou-se uma espécie de entretenimento, mas muitas vezes essa parte ofusca a essência dela”. Acho que isto resume o desfile.

Também assistiu ao desfile da Miu Miu, com a qual já trabalhou [como modelo]. Recorda-se desta experiência?
Recordo-me e com muito carinho e gratidão. Foi uma aventura muito gratificante e um trabalho único.

Já conhecia a equipa? Como é o ambiente de um desfile da Miu Miu?
É maravilhoso. Há muita energia no ar e adrenalina que está ao rubro nesta hora mas, no fundo, é isso que faz com que tudo resulte bem.

A Dior teve um dos desfiles mais ambiciosos com as Valquírias de Joana Vasconcelos. Como foram as reações da equipa e dos convidados?
Foi lindo. Um cenário icónico e que vai ficar na memória de quem lá esteve. Os vários braços coloridos que iam em todas a direções, os acabamentos em croché de lã, os bordados de Viana do Castelo e as pedrarias! É uma peça única e linda.

O Jardim das Tulherias foi perfeito para acolher esta “Valkyrie Miss Dior”, que pesa mais de uma tonelada e é composta de 20 padrões diferentes de tecidos fornecidos pela Dior à Joana Vasconcelos.

Notou muitas diferenças entre as várias marcas quanto ao método de trabalho? Quais foram as principais?
Há sempre diferenças, são todas únicas. Cada uma com o seu ADN, a sua inspiração, o seu processo de criação e de preparação.  Penso que, no método de trabalho, existam mais semelhanças porque no fundo todas se concentram e têm como objetivo um único propósito: continuar a surpreender e serem validadas por aquilo que representam e pelo contributo que dão ao progresso da moda a nível mundial.

Se pudesse escolher alguma outra marca para ter uma oportunidade destas, qual ou quais seriam?
Sendo fã incondicional de moda seria para mim um prazer continuar a ter estas oportunidades no geral, independentemente da marca. São aprendizagens únicas, que valorizam a minha vida e preenchem e enriquecem este meu gosto por este mundo.

Tem uma relação cada vez mais forte com o mundo da moda. Gostava de investir na indústria?
Quem sabe [risos]. Talvez não seja algo assim tão surpreendente. Gosto de todas as vertentes da moda e, como tal, se alguma vez isso acontecer será mais um passo concretizado na área desta minha paixão. Criatividade e curiosidade são algumas das minhas principais caraterísticas. Se a isso juntarmos a paixão que tenho, a entrada nesta indústria pode resultar num projeto único.

Quais são os seus próximos planos? Que tem em mente para o futuro?
[Quero] conjugar o meu papel de chairwoman de uma multinacional com a minha paixão pela moda e pelo lifestyle. Espero aproveitar as minhas viagens e claro poder continuar a mostrar aos meus fiéis seguidores. Num futuro breve espero ainda partilhar convosco alguns projetos de solidariedade e sustentabilidade, que estão quase edificados e que são outro motivo de orgulho.

Carregue na galeria para ver os looks usados pela influencer durante a mais recente semana da moda de Paris.