“Queremos comunicar que estamos aqui em todos os momentos, não é só nos bons. Toda a nossa equipa sabe que as pessoas por vezes se sentem inseguras com o seu corpo, que há pessoas que passaram por outros problemas, que têm próteses no peito”, começa por contar à NiT Marta Fonseca, uma das três fundadoras da marca de swimwear Latitid.
Esta sexta-feira, 29 de outubro, lançou a sua primeira iniciativa criada especialmente para apoiar as vítimas do cancro da mama. No mês internacional de prevenção da doença, a Latitid pôs à venda um bucket hat especial e vai doar parte do valor à iMM – Laço Hub, projeto que resulta de uma união entre o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e a extinta Associação Laço e que junta médicos e cientistas nas soluções para a deteção e tratamento da doença, que requer atenção urgente.
“Este projeto vem no seguimento do que temos vindo a comunicar ao longo deste ano. Nós desenhamos para mulheres. Infelizmente, o cancro da mama é cada vez mais comum à nossa volta. Queremos apoiar quem passa por esses problemas e quem está ao lado de pessoas que passam por estes problemas“, explica-nos Marta.
Partindo do design de sucesso que lançaram para a coleção de primavera/verão este ano, criaram uma nova versão que quer ser um símbolo de esperança e otimismo, além de um lembrete necessário para se tratar da saúde das mamas com regularidade.

“Este bucket hat é produzido em Portugal com turco de algodão 100 por cento orgânico e é confortável, com um toque macio, para as pessoas que fazem quimioterapia”, explica a responsável pelo design da marca. Deram-lhe o nome Take Care.
Esta é a primeira vez que a Latitid se associa a uma iniciativa de prevenção do cancro da mama, mas não é a sua primeira causa solidária. No ano passado, durante o confinamento imposto pela pandemia, associaram-se à Liga Portuguesa Contra a Fome. Através das redes sociais, pediram às pessoas para doarem produtos de alimentação que eram depois distribuídos por quem mais precisava.
Sobre esta fase atípica, Marta Fonseca revela que as vendas da empresa não sofreram uma quebra, antes pelo contrário: “Nós tivemos sorte porque a Latitid cresceu sempre. A pandemia nunca nos prejudicou, as pessoas continuavam a comprar. Neste caso, estávamos a vender um sonho. Depois do primeiro confinamento, a esperança das pessoas era a praia.”
O caminho agora passa por vender novos produtos e combater a sazonalidade. “Mas ainda não vai ser neste inverno”, adianta. Para a designer da marca, esse é um desafio bem-vindo que já tem vindo a explorar, com parcerias como a que fez com a Jak Shoes em setembro deste ano, e que resultou na criação de umas sapatilhas exclusivas.
“Cada vez mais as linhas de acessórios e de roupa de praia estão a crescer e a correr melhor. As pessoas compram um biquíni e acabam por juntar outra peça para completar o look”.
A linha de roupa da Latitid foi lançada no primeiro ano da marca de swimwear, em 2013. Com o tempo, começaram a apostar em propostas que também podem ser usadas no dia a dia. “Hoje em dias as pessoas querem propostas mais versáteis, que possam ser usadas em diferentes ocasiões.”
Tanto a produção como as matérias-primas são 100 por cento portuguesas. “Para o próximo ano, já posso dizer, 80 por cento das nossas licras vão ser de fio de poliamida reciclado. Desde o início que temos tido atenção à sustentabilidade, mas cada vez mais temos vindo a percorrer esse caminho.“
O grande desafio que a Covid-19 trouxe, continua, não se relaciona com as vendas, mas sim a os fornecedores. “Está mesmo complicado. Há muito procura, não há oferta. Os preços estão cada vez a subir mais e os transportes também.”
O bucket hat Take Care está à venda na loja online da Latitid por 38€. Desse preço de venda, 20€ são doados à iMM – Laço Hub.

Como começou a Latitid?
Em 2013, este projeto foi lançado por três sócias que estavam insatisfeitas com as opções disponíveis no mercado nacional. Maria Fernanda Santos, de 59 anos, juntou-se às irmãs Marta e Inês Fonseca, de 33 e 35 anos, respetivamente, para criarem uma marca de roupa que ajudasse a resolver algumas das maiores inseguranças das mulheres na hora de vestir um biquíni.
Maria Fernanda Santos fez o 12.º ano no Liceu Carolina Micaelis, no Porto. Já Marta Fonseca estudou Design de Moda na ESAD e tirou um mestrado em Produção de Moda na Falicidad Duce, em Barcelona. A irmã, Inês Fonseca, tem um mestrado em Gestão da Universidade Católica de Lisboa.
“A Latitid nasceu de uma necessidade minha. Há 9 anos não havia muita oferta de fatos de banho e eu não uso biquínis. Por isso, comecei a desenhar os meus próprios modelos para me sentir bem na praia”, recorda Marta.
Essa filosofia está cada vez mais presente na forma como desenvolvem o negócio. Tudo parte de uma vontade de deixar as clientes confortáveis com aquilo que vestem — vontade essa que está presente no novo chapéu solidário e no lema “Revealing Attitude” que lançaram em 2019, quando a marca fez um rebranding.
“Pegámos em pessoas diferentes e de várias faixas etárias para darem a cara por esta causa e apoiarem as pessoas que estão a passar por estas situações. Mais do que um produto, é mostrar que nós estamos aqui por vocês.”
A seguir, carregue na galeria para conhecer as novas propostas da marca portuguesa para a primavera verão de 2021.