Surge o nome de António Variações e são muitos os que pensam, imediatamente, na imagem emblemática em que o artista parece espetar uma tesoura gigante no peito. Entre a moda e a música, vários destes retratos, captadas pela sua agente, Teresa Couto Pinto, acompanharam a carreira do músico — e quase todos os conhecemos de cor.
Algumas destas fotografias estarão em destaque, a partir de 4 de dezembro, quinta-feira, no MUDE – Museu do Design, em Lisboa. A nova mostra chama-se “Meu Nome António”, desenvolvida em colaboração com a Terra Esplêndida, e foca-se na vida e no trabalho de um dos mais emblemáticos artistas nacionais. Pode ser visitada até ao final de abril.
Ao todo, vão ser incluídas 85 imagens captadas pela fotógrafa, agente e também amiga de Variações, assim como uma seleção de vestuário e acessórios usados pelo artista ao longo da sua carreira, até à data da sua morte, em dezembro de 1984.
“Cantor, compositor e performer, Variações destaca-se pela originalidade da sua voz, pela inventividade dos seus poemas e composições musicais e pela maneira anticonvencional com que se veste e apresenta, desafiando as normas da sua época”, lê-se no descritivo da exposição.
Esta viagem no tempo começa em janeiro de 1981, ano em que Variações se apresentou ao País com o programa “Passeio dos Alegres”, da RTP. Seguem-se várias sessões realizadas entre 1981 e 1983, algumas inéditas e outras que se tornaram icónicas ao longo dos anos.
Considerado “um artista à frente do seu tempo”, como se pode ler na biografia ilustrada do músico, publicada em 2020, António Joaquim Rodrigues Ribeiro nasceu no seio de uma família minhota e tornou-se barbeiro na movida lisboeta dos anos 70, antes de se tornar um ícone da música portuguesa. Mais do que os temas que cantou, foi o estilo transgressor que o tornou num ícone, num Portugal ainda cinzento.
Com curadoria de Bárbara Coutinho, a exposição, que ocupará a Sala dos Cofres, na cave do edifício, volta a colocar os holofotes nesse legado. Algumas referências ao artista estiveram presentes na exposição “Portugal Pop: A Moda em Português 1970-2020”, no mesmo museu.
O MUDE, conhecido pelas suas prestigiadas coleções de moda internacional, reabriu a 25 de julho do ano passado, após oito anos em obras. Inaugurado em 2009, fechou sete anos mais tarde. O prédio de oito andares, a antiga sede do Banco Nacional Ultramarino, junto ao arco da Rua Augusta, foi alvo de obras de requalificação
A exposição pode ser visitada entre as 10 e as 18 horas de terça a quinta e aos domingos e entre as 10 e as 20 horas de sexta e sábado.
Os bilhetes custam 11€, mas a entrada é gratuita para residentes no concelho entre as 10 e as 18 horas de domingo, bem como entre as 17 e as 20 horas de sexta-feira. Estão disponíveis à entrada.

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