É preciso não se conhecer o trabalho de Rei Kawakubo, a designer japonesa que fundou a Comme Des Garçons no início da década de 70 (e onde ainda hoje mantém a direção criativa), para estranhar alguns dos looks — para não dizer a maioria — que pisaram ontem a passadeira vermelha do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque.
É que Rei Kawakubo e toda excentricidade que compõe a sua label, é o tema desta 69.ª exibição do Museu nova iorquino — cujas portas abrem ao público no próximo dia quatro de maio. Recorde-se que desde 1983, ano em que Yves Saint Laurent deu igualmente mote à exibição, que um designer não era tema.
Assim, a excentricidade que pisou a passadeira vermelha, na noite de ontem, um de maio, não só faz sentido como se recomenda. Menos disso saberia a pouco — ou pelo menos, teria pouco de Kawakubo.
De notar, são os novos decotes. Depois da Vogue Americana ter ditado, na sua edição de dezembro de 2016, que os decotes estavam out, delineando toda uma teoria em torno da questão da sexualização do género feminino — e do abrupto contributo das redes sociais para tal—, chegaram as passadeiras vermelhas, com um cheirinho de Óscares, e agora com a red carpet do Met Gala, para o confirmar.
O mesmo não significa, porém, que a pele à vista não tenha sobressaído. Acontece que no lugar dos decotes, onde o peito é a estrela, vimos surgir costas destapadas cheias de nível (como Bündchen), ou ainda cinturas e ancas ao descoberto — como mostrou Lily Aldrige — sem perder a compostura. No centro dos holofotes estiveram, à medida do que se passa nas últimas temporadas do universo fashionista, as top americanas Kendall Jenner e Bella Hadid.
O Met Gala tem como objectivo angariar fundos para o Costume Institute do Metropolitan Museum of Art – a gala do ano passado juntou 13,5 milhões de dólares (cerca de 12,4 milhões de euros), de acordo com a Forbes. Os bilhetes — para quem não recebeu convite — custam 30 mil dólares (cerca de 27,5 mil euros).