Estima-se que sejam necessárias 105 horas, ou seja, pouco mais de quatro dias, para percorrer todas as obras do Louvre, o maior e mais visitado museu do mundo. Recentemente, foi inaugurada uma exposição que promete estender esse tempo de visita — especialmente para os entusiastas da moda.
Até 24 de janeiro, o museu parisiense não tinha vestuário em exposição, exceto os mantos da Ordem do Espírito Santo. No entanto, tudo mudou na passada sexta-feira, com a abertura da mostra “Louvre Couture: Objets d’art, objets de mode”, que ocupa uma área de nove mil metros quadrados.
Com a colaboração de maisons icónicas, como a Balenciaga, Chanel, Givenchy e Dior, e sob a curadoria de Olivier Gabet, diretor do departamento de Objetos de Arte do Louvre, a exposição foi concebida por Nathalie Crinière, especialista em cenografia e arquitetura de interiores. Apresenta 71 silhuetas e cerca de 30 acessórios, criados entre 1960 e 2025, que narram a história da moda, evocando épocas passadas.

A visita inicia-se com propostas em ouro, marfim e pedras preciosas que evocam a Idade Média, prossegue com exemplares do Renascimento e culmina com vestuário do século XIX, exposto nos apartamentos de Napoleão III. Entre os itens em exibição, destaca-se um casaco desenhado por Karl Lagerfeld para a Chanel em 2019, inspirado numa cómoda de Mathieu Criaerd do século XVIII.
“Nas conexões e ecos gerados por esta apresentação subtil, percebemos a profundidade histórica, artística e poética da relação que a moda estabelece com os objetos de arte e as artes decorativas. Em troca, descobrimos uma nova perspetiva sobre algumas das maiores obras-primas do Louvre, desde Bizâncio até ao século XIX, através do olhar dos criadores contemporâneos”, afirma Laurence des Cars, diretora do museu, citada pelo “Observador”.
A exposição estará acessível até 21 de julho, e os bilhetes para visitar o museu podem ser adquiridos online, com um custo de 22€.