“Não há regras que digam que temos de nos vestir de uma certa maneira ou de ser de uma certa maneira. Estamos a viver tempos excitantes para as mulheres”. As icónicas palavras são de Tina Turner, que faleceu esta quarta-feira, 24 de maio, aos 83 anos. Mais do que um legado na música, a lenda da do rock também vai ser recordada pela sua extravagância.
Quem acompanhava a sua carreira, sabia: a única coisa mais lendária do que as suas performances cheias de energia eram os figurinos que usava em palco. Desde que começou a carreira, nos anos 60, a estrela manteve-se fiel a looks cintilantes repletos de lantejoulas. E quase sempre em dourado, a sua cor de eleição.
Entre os inúmeros visuais icónicos, ficou para a história um vestido curto, com uma cascata de franjas. A peça ficou mesmo conhecida como “Proud Mary”, uma referência ao cover que cantora fez da canção lançada em 1969, pela banda Creedence Clearwater Revival. A versão foi um dos motivos que catapultaram a sua fama.
Quando subiu ao palco do programa “The Ed Sullivan Theater”, em 1970, com o companheiro da altura, Ike Turner, presenteou o público com uma atuação inesquecível, cheia de energia e com os vocais que lhe associamos. Após a apresentação, o design escolhido para se apresentar tornou-se indissociável da sua persona pública.

Ao mesmo tempo, tornou-se um símbolo do renascimento da cantora, que estava presa a uma relação abusiva com Ike. Antes da performance, como a própria confessou, tentou suicidar-se. Além de ser agredida e menosprezada, sentia ainda que tinha de fazer tudo o que o ex-marido lhe dizia.
Foi quando ouviu a canção na rádio que, mesmo sabendo que Ike não gostava do tema, decidiu que a ia gravar. Então, quando subiu ao palco com toda a confiança que encontrava no rock and roll, e dançou sem medos enquanto cada franja se movia de forma livre, a cantora de “Simply the Best” afirmou a sua emancipação. O sucesso da canção, que catapultou a popularidade da dupla musical, não só a ajudou a recuperar a vontade de viver, como marcou o ponto de viragem na sua libertação enquanto mulher.
Com ou sem franjas, os modelos curtos e resplandecentes começaram a acompanhá-la sempre que subia ao palco. E, quase sempre, como um símbolo desta resistência e da sua energia feroz, de quem não tem receio de ser vista. Durante mais de seis décadas, estes conjuntos provaram que a cantora americana não teve medo de ousar com propostas que, na década, ainda poucas mulheres tinham coragem de vestir.
Para isso, durante a sua carreira, Tina Turner trabalhou com alguns dos estilistas mais famosos do mundo. Giorgio Armani, Gianni Versace, Bob Mackie, Azzedine Alaia, entre outros, contribuíram para esta visão tão virada para o glitz e glam.
Carregue na galeria para recordar mais alguns dos looks dourados que a cantora usou ao longo da sua vida.