Entre vários prémios, estreias nas semanas de moda internacionais e projetos inovadores, o panorama da moda nacional tornou-se mais vibrante em 2024. Se, outrora, os criadores estavam restritos às passarelas, atualmente a sua criatividade estende-se a novos horizontes.
Os Prémios NiT destacam alguns dos nomes mais proeminentes deste cenário. Ao longo das últimas semanas, a NiT selecionou cinco criativos que se destacaram ao longo do ano passado, e agora é a vez dos leitores decidirem quem merece o primeiro lugar, através de uma votação online que estará disponível até 19 de fevereiro.
Ana Duarte é conhecida pelas suas performances impactantes e 2024 não foi exceção. Após um rebranding, a marca que fundou passou a ser designada DuarteHajime — um termo que se refere ao início das lutas nas artes marciais japonesas — substituindo a designação anterior, Duarte, que existia desde 2015. Este processo deu origem a um verdadeiro renascimento da etiqueta.
As linhas retas, os cortes oversized e as silhuetas sem género continuam a ser a essência da designer, que também se destaca pela forma inovadora como apresenta o vestuário, com desfiles que incluem coreografias e adereços, tornando os seus eventos bastante mediáticos.
O criador Valentim Quaresma, que já se tornou uma referência na moda nacional, continuou a cruzar a fronteira entre moda e arte. Em junho, por exemplo, instalou-se no Prata Riverside Village, com a pop up store P’la Arte Creative Room, onde mostra o trabalho de vários criadores portugueses, desde jovens emergentes a criadores consagrados.
Além dos desfiles, Quaresma criou figurinos para várias peças teatrais, aproveitando a sua formação em joalharia, e esteve envolvido na conceção da “Mala do Futuro”, que foi apresentada na exposição “CARRY ME —100 Anos de Malas” no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.
Constança Entrudo reafirmou o seu papel na internacionalização do design português. Em agosto, fez a sua estreia em Nova Iorque, nos Estados Unidos, marcando o início da sua expansão para o mercado norte-americano, um processo criativo que foi documentado num lookbook. A designer é conhecida por apresentar o seu trabalho de forma irreverente, utilizando formatos inovadores, como peças expostas como obras de arte, suspensas por fios ou em cenários pouco convencionais. O seu universo artístico combina sons, imagens e têxteis.
Aos 28 anos, José Sobral destacou-se como um dos criativos mais inovadores ao vencer a primeira Semana de Moda de Inteligência Artificial — a AI Fashion Week — que decorreu em abril do ano passado. A sua coleção sobressaiu entre mais de 350 participantes de várias partes do mundo.
“Trabalhava os poros da cara quando ainda quase não era possível. Havia um cuidado enorme com a luz, a pele, as sombras e os materiais inovadores”, explicou à NiT o jovem que, em 2023, lançou a marca Paatiff como plataforma para apresentar as suas primeiras criações.
Após a sua estreia, onde utilizou ferramentas inovadoras como o Stable Diffusion e o Midjourney, colaborou com a Lion of Porches numa coleção cápsula de workwear, apresentada na ModaLisboa. O seu trabalho digital também foi exposto em Manhattan, nos Spring Studios, e fez parte de um editorial numa revista no Dubai, onde usou joias reais da Dior e da Chanel.
Outro nome em ascensão é Diogo Mestre. Aos 22 anos, o criativo teve uma rápida progressão após participar no Sangue Novo da ModaLisboa e criar a marca homónima, Mestre. Poucos meses após o lançamento, integrou a Workstation do evento de moda.
A sua inspiração provém da infância: “Surgiu o desejo de criar peças em malha, tal como costumava ver as minhas tias e avós a usar para fazer cachecóis ou camisolas”, revelou à niT sobre a sua primeira coleção. “Queria que a manualidade conferisse um valor simbólico e afetivo. A peça é feita a pensar em alguém.”
Carregue na galeria para conhecer todos os designers de moda nomeados para os Prémios NiT 2025.
