Foi com “uma carta de amor às mulheres” que Gonçalo Peixoto encerrou o segundo dia da 63.ª edição da ModaLisboa, a 9 de março. Com uma paleta marcada pelos tons de vermelho, rosa e branco, o designer de 27 anos levou uma nova visão para a passarela que mostrou um amadurecimento pessoal.
“Quem costuma acompanhar o meu trabalho, nota que há uma rutura em relação ao que costumo fazer”, contou à NiT o designer, por altura do desfile. “Comecei muito novo e nota-se um crescimento pessoal. É quase como se fosse também uma forma de comunicar com o meu ‘eu’ mais novo”.
Entre tantas mudanças, há outra grande novidade na carreira do estilista que veste nomes como Margarida Corceiro, Mariana Machado, Rita Pereira ou Cristina Ferreira. Gonçalo Peixoto vai estrear-se num novo segmento em 2024 e lançar a primeira linha de vestidos para noivas.
“Sinto que as pessoas cresceram com a marca e queriam que fizesse parte de um dia tão especial para elas. Sentia-me mal por estar a recusar pedidos, por isso, faz sentido dar este passo em conjunto com as nossas clientes num momento tão importante para elas”, explica o estilista.
Embora seja uma novidade guardada há algum tempo, só deve ser apresentada no segundo semestre do ano. O criativo portuense queria que esta coleção fosse cem por cento dedicada à estação fria, daí que os primeiros modelos devam surgir na próxima coleção dedicada à primavera-verão, época marcada pelos casamentos.
E como é que vai ser a noiva de Gonçalo Peixoto? Se o jovem se tem virado para um guarda-roupa mais adulto, há partes da sua estética às quais se mantém fiel. Os desenhos sexy e sofisicados, com muito brilho e algumas transparências vão agora ser transportados para o mundo nupcial.
“Existe procura das clientes porque há uma falha no mercado em relação a estas propostas”, destaca. “É o que sou: mais trendy e muito sensual, com muitas aplicações e trabalho manual à mistura.”
A novidade é também uma forma de Gonçalo Peixoto chegar a um público diferente, que procura este equilíbrio entre sofisticação e ousadia. Pelo meio, o anúncio da nova vertente pode ser um novo passo no caminho para a internacionalização da marca que passou por Milão em 2021.
“Fazer parte dos desfiles lá fora só é possível com financiamentos elevados, mas estamos a trabalhar para isso”, conclui. “Há poucos apoios para a cultura, então temos que ir atrás como marca. Ainda não sabemos quando é que podemos regressar, mas estamos a trabalhar para isso.”
Aproveite e leia o artigo da NiT sobre o mais recente desfile do criador na ModaLisboa. Carregue na galeria para ver as imagens dos bastidores.
