A história da Birkenstock começou a ser escrita há mais de 200 anos. Fundada na Alemanha em 1774, por Johann Adam Birkenstock, a marca tem-se dedicado sobretudo à produção de palmilhas ortopédicas, quase em exclusivo durante mais de um século.
Na verdade, esta etiqueta só se tornou verdadeiramente popular em 1897, quando Konrad Birkenstock, neto de Johann, desenvolveu as primeiras sandálias com a icónica palmilha anatómica projetada para proporcionar suporte e alívio a pessoas com problemas nos pés e postura. O fator conforto alavancou as vendas anos a fio, apesar de os modelos não serem considerados propriamente bonitos. Pelo contrário, sempre foram associados a subculturas que privilegiavam o bem-estar acima de tudo. Os turistas nórdicos, germânicos, ou britânicos que tinham por hábito calçar as Birkenstock com meias brancas tornaram-se exemplos caricaturais deste estilo.
Em plena pandemia, a plataforma Lyst (uma espécie de Google para os fãs de moda) revelou que as Arizona Birkenstock foram um dos modelos de sapatos mais procurados no segundo trimestre de 2020. Nessa altura, o conforto estava na moda e a “Vogue” britânica acabou mesmo por considerá-las “as sandálias do ano”. O fim dos confinamentos não representou o fim da procura, bem pelo contrário.
As Birkenstock continuaram a marcar presença de forma assídua nos feeds das redes sociais, sobretudo nos pés de muitas celebridades — tendência replicada pelos Millenials e pela Geração Z. As vendas atingiram outro patamar em 2023, após a estreia de “Barbie”. A determinado momento da narrativa, a protagonista do filme é confrontada com um dilema: rumar ao para o mundo real ou permanecer na Barbielândia. A decisão significa optar por uns sapatos de saltos altos ou umas sandálias Birkenstock (spoiler alert: o modelo raso foi o escolhido).
A decisão teve resultados práticos no mercado — a marca alemã entrou na bolsa de Wall Street (Nova Iorque) em outubro de 2023. Embora a estreia tenha sido desastrosa — as ações perderam 12,6 por cento, tendo descido para cerca de 38€ face ao valor inicial de venda que rondou os 43€ —, os resultados mais recentes confirmam uma trajetória ascendente. Pela primeira vez na história, os modelos fechados — ou seja, os tradicionalmente usados no outono/inverno com meias — superaram as vendas dos tradicionais bestsellers da marca.
A Birkenstock registou uma mudança “significativa” e “contínua” relativamente às silhuetas fechadas, tanto que as vendas na categoria excederam as receitas de sandálias pela primeira vez no primeiro trimestre, afirmou Oliver Reichert, o CEO da empresa na apresentação dos resultados do primeiro trimestre na quinta-feira passada, 29 de fevereiro.

“Isto é claramente demonstrado pelas fortes vendas de produtos premium, como tamancos, botas e sapatilhas”, acrescentou. A lista dos modelos mais procurados nos últimos meses de 2023 inclui as famosas Boston de camurça que custam, em média, 160€.
Ao que parece, a moda dos “sapatos feios” que as celebridades adoram veio mesmo para ficar. Se quer aderir à tendência sem dar cabo do orçamento, a Pull&Bear tem uma versão low cost muito semelhante.
À semelhança do modelo original, a alternativa da etiqueta do grupo Inditex conta com uma fivela ajustável, com um fecho na parte lateral. O modelo em camurça, num tom taupé, conta com uma sola de 2,6 centímetros, que combina vários materiais.
Custam 29,99€ e estão disponíveis entre os tamanhos 35 e 41. Acabaram de chegar ao site da marca espanhola, mas, como tem já aconteceu com outras versões, é provável que esgotem nos próximos dias.
Carregue na galeria para conhecer uma seleção de carteiras de alça curta — uma das tendências de 2024 —, com preços a partir de 14,50€.