De 35 grandes marcas de roupa com lojas online, que operam em Portugal, apenas seis têm programas de recolha de peças usadas para reciclagem. Um número muito abaixo do esperado e longe do ideal.
A revelação é feita pela associação ambientalista Zero, que analisou cada uma das empresas, à procura de um projeto que cumprisse com a responsabilidade das marcas na gestão dos desperdícios. “Ainda que a reciclagem esteja longe de ser a principal solução para este setor, é preocupante ver como a maioria das marcas não assume ainda a sua quota-parte de responsabilidade pela gestão deste fluxo de resíduos que, só nos resíduos urbanos, representa 3,45% do total de resíduos recolhidos”, explica a associação em comunicado.
Segundo a Zero, deveria ser implementado um sistema que responsabilize os produtores destes resíduos, o setor têxtil. Isto para garantir que “quem coloca o produto no mercado é que financia o sistema de encaminhamento e tratamento dos resíduos quando estes chegam ao fim da sua vida”.
Explicam, no entanto, que este não pode consistir num sistema de “pagar para poluir”. “É fundamental que o foco seja na redução da produção, no incentivo a têxteis duráveis/reutilizáveis/reparáveis e na garantia de que a sua produção é feita a pensar também na sua reciclagem em upcycling, ou seja, fibra reciclada que possa ser usada para fazer novos têxteis.”