O regresso de Brendan Fraser ao estrelato em Hollywood, após vários anos de afastamento, motivado por alguns traumas e um certo desencantamento com a indústria, não podia ter corrido da melhor forma. O ator brilhou no filme “A Baleia” e a interpretação do personagem Charlie rendeu-lhe vários prémios, incluindo o Óscar de Melhor Ator em 2023.
Se ainda não teve oportunidade de ver o filme sobre um professor de literatura obeso mórbido, não se preocupe: a produção está prestes a chegar ao streaming. A partir de 27 de maio, vai poder ver “A Baleia” na Prime Video.
No centro da produção realizada por Darren Aronofsky está Charlie, que dá aulas online, sempre com a câmara desligada enquanto vive recluso no seu apartamento sujo e cinzento. A trama desenrola-se na sala-cozinha do protagonista, o que mantém a essência teatral do filme — trata-se de uma adaptação da peça homónima de Samuel D. Hunter, que também escreveu o guião.
Charlie vive em profundo luto pela morte traumática do namorado, um acontecimento que o levou a fechar-se em casa, a comer de forma compulsiva, até chegar ao estado atual. Já não consegue sequer levantar-se do sofá sem usar um andarilho, nem pegar em algo que caiu ao chão sem a ajuda de um utensílio. Tornou-se tão gordo que o seu coração está a perder a força.
O professor precisa desesperadamente da ajuda a amável amiga Liz, enfermeira, que o visita quase todos os dias. Charlie recusa-se a ir ao hospital, alegando que não tem dinheiro. O drama sentimental é forte e lida com questões de rejeições, traumas e negligências emocionais, vergonha, redenção e salvação.
Os diálogos são elaborados e tornam “A Baleia” num filme envolvente que foi filmado em 4:3, tornando a tela num quadrado. Mais do que a história, a grande força do filme é a performance de Brendan Fraser. Equipado com múltiplas próteses para o tornar num obeso mórbido, o ator consegue brilhar por baixo da carapaça, sobretudo com os seus bondosos olhos azuis, que evidenciam o otimismo da personagem.
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