É uma das mais famosas comédias românticas da história do cinema, sobretudo porque assenta num acaso bizarro e apaixonante. William Thacker é o dono de uma pequena livraria no bairro londrino de Notting Hill e acaba por se cruzar com Ana Scott, uma famosa atriz norte-americana. Contra todas as probabilidades, as personagens interpretadas por Hugh Grant e Julia Roberts apaixonam-se.
A história escrita por Richard Curtis parece ter os habituais pós mágicos que tornam as comédias românticas em verdadeiros sucessos: realidade quanto baste e uma dose certeira de um cenário altamente improvável. Só que, ao que parece, o romance entre um inglês comum e uma estrela americana de Hollywood não só não é impossível como terá mesmo acontecido — e terá sido esse amor que inspirou o autor britânico.
Quem deu as primeiras pistas foi o próprio protagonista, Hugh Grant. “Esta é uma história que [o Curtis] não admitirá, mas ele me confessou num momento de bebedeira”, explicou numa entrevista em 2020, revela o “The Daily Mail”.
“Um amigo do Curtis, um tipo comum, estava no Harrods e conheceu uma mulher muito famosa, que levou para o seu apartamento”, revelou o ator. “Esse encontro foi a génese do guião, mas ele tem tanto medo de que as pessoas descubram a identidade dessa pessoa famosa que nunca contou nada a ninguém.”
Segundo o diário britânico, a mulher famosa que se apaixonou por um inglês num encontro casual é mesmo Uma Thurman. E o inglês com quem se cruzou é precisamente William Sieghart, um amigo e antigo colega de Oxdford de Curtis.
Terá sido em 1994 que Sieghart terá encontrado a atriz nos armazéns da Harrods, local onde um pequeno romance com Thurman teve início. À época, Thurman, com 24 anos, estava divorciada de Gary Oldman, de quem se separara dois anos antes. Era uma estrela em ascensão, depois de ter brilhado em “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino.
Em Londres para umas gravações, a atriz de “Pulp Fiction” e “Kill Bill” conheceu o inglês e ter-se-á mesmo envolvido romanticamente. A história terá chegado a Curtis, por via de Sieghart, que a usou para inspirar o seu mais famoso guião — e do qual conseguiu guardar segredo durante mais de duas décadas.
O “The Daily Mail” tentou contactar Sieghart, hoje com 60 anos, e a própria Uma Thurman, para comentarem a revelação. Nenhum deles quis responder.