Cinema

A peça de teatro que deu origem ao novo filme de Dakota Johnson e Sean Penn

“Daddio — Uma Noite em Nova Iorque” coloca os atores no interior de um táxi durante todo o filme. Uma corrida cheia de segredos.

Dakota Johnson, Sean Penn e uma longa viagem de táxi. É apenas este o cenário de “Daddio — Uma Noite em Nova Iorque” que, sem surpresa, começou a sua vida como um guião para uma peça de teatro e acabou numa grande produção que chegou aos cinemas esta quinta-feira, 5 de setembro. O filme de estreia de Christy Hall, que assina o argumento e assume o papel de realizadora, fez a estreia no Festival Internacional de Cinema de Toronto e mergulha nos dramas de duas personagens, sem apetrechos ou desvios desnecessários.

Johnson é uma mulher sem nome que aterra no aeroporto JFK, em Nova Iorque, e entra num táxi, o carro amarelo conduzido por Clark (Sean Penn). No percurso rumo a Manhattan, o condutor usa toda a sua experiência para desvendar os segredos da cliente. A dupla mergulha assim num longo e sobressaltado diálogo que viaja entre os mais diversos temas — incluindo, inevitavelmente, os traumas passados e presentes de ambos.

Hall idealizou o diálogo como uma peça de teatro, que acabaria por se desenvolver num argumento para uma longa-metragem. Em produção desde 2017, o papel principal chegou a estar nas mãos de Daisy Ridley, que acabaria por abandonar o projeto. Em 2021, a posição de protagonista foi entregue a Johnson, que se juntou a Penn.

Segundo a realizadora, trata-se de um filme “que se inspira em Nova Iorque”. “É uma cidade que tem uma incrível coleção de personalidades deliciosas, personagens que só é possível encontrar num sítio como este”, explica sobre as suas vivências de uma década na cidade norte-americana. “Dei por mim a ter as mais profundas conversas com estranhos de todas as origens, pessoas que viam o mundo de uma forma muito diferente da minha. Mas ao ter estas conversas, convenci-me de que até um muito imperfeito estranho pode ajudar-nos a mudar o modo como vemos o mundo”, nota. “[O filme] é uma carta de amor ao poder das ligações humanas.”

O guião inicial foi alvo de muitas análises. Dando origem a um filme, deveriam sair do táxi e explorar outros cenários? A decisão acabou por ser menos conservadora e mais arriscada. “Devemos expandir isto? É isso que a plateia espera? Falámos sobre isso e coletivamente decidimos que o poder desta peça está precisamente no facto de ser tão comprimida.”

Quanto à sua personagem, Johnson aposta na descoberta e no desconhecido. “Ela acaba por descobrir muitas coisas novas nesta viagem. Confronta-se a si própria ao mesmo tempo que confronta esta pessoa. Não vai a pensar: ‘quanto é que eu estou disposta a contar?’. Está a processar as coisas ao lado daquele homem”, explica a atriz.

A decisão arriscada deu origem a uma divisão na crítica especializada. As prestações de Penn e Johnson são elogiadas pelo dinamismo que promovem, embora a conclusão seja pouco positiva. “O filme é tão entediante e previsível como as longas filas da autoestrada que servem de cenário”, atira a “Slant”. “Esforça-se demasiado e dura demasiado tempo”, critica o “The New York Times”.

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