Lançada em 2019, “A Plataforma” precisou de poucos dias para se tornar num dos filmes mais vistos da Netflix em vários países, incluindo Portugal. Às cenas perturbadoras e nauseantes, juntava a crítica social, uma das recentes fórmulas para o sucesso nos conteúdos da Netflix.
E como em fórmula que ganha, não se mexe, a plataforma começou a trabalhar na sequela, que chega ao streaming esta sexta-feira, 4 de outubro.
Cinco anos depois, Galder Gaztelu-Urrutia voltou a assumir o cargo de realizador, com Milena Smit e Hovik Keuchkerian nos papéis principais. “É um filme maior, com muita mais ação, com mais reviravoltas e com algumas surpresas que não posso revelar”, diz Galder, de 50 anos, à “RTVE”.
Infelizmente, ainda não é desta que os espectadores vão descobrir quem construiu aquele lugar perverso. “Sinceramente, pensei que a primeira parte não tinha sido completamente compreendida e aqui continuamos a fazer perguntas e a apelar aos utilizadores para que participem connosco na história, tirando as suas próprias conclusões.”
Para o cineasta, o mais importante agora é fazer com que a sequela seja tão bem-sucedida quanto a obra original. E também deixa claro que, se o êxito se repetir, haverá uma continuação na qual serão finalmente dadas as respostas que os fãs tanto desejam.
Na primeira parte da saga, a história acompanha Goreng (Ivan Massagué), enquanto o homem ia desvendando os segredos desta prisão vertical onde os que ocupavam os pisos inferiores recebiam apenas os restos da comida dos que estavam mais acima. “A Plataforma 2”, por sua vez, começa com dois recém-chegados ao fosso: Perempuán (Milena Smit) e Zamiatín (Hovik Keuchkerian). Ao contrário do filme de 2019, será dado a conhecer o passado dos protagonistas para se perceber o porquê de certas decisões.
Para a criação de Perempuán, Milena Smit, de 27 anos, inspirou-se em Ellen Ripley, de “Alien”. “É uma mulher que faz de tudo para sobreviver, mesmo quando parece que o fim está mesmo à sua frente”, conta à mesma publicação. “Ela tem aquele toque de mistério que a separa das típicas heroínas de ação, mas, inicialmente, é mais vulnerável que a Ripley.”
A crítica à sociedade vai ser “ainda mais forte do que no primeiro”. Afinal, o mundo passou por uma pandemia desde que o original foi lançado, em 2019, e as desigualdades no mundo apenas ficaram mais acentuadas. “Todos nós somos influenciados pelos problemas políticos, sociais, ideológicos e económicos que existem atualmente. Tentámos falar, sem rodeios, sobre a realidade diária que temos. ‘A Plataforma’ é um filme que nos entretém e diverte, e não deve ser levado muito a sério por si só. No entanto, os espectadores devem refletir sobre as conclusões que tiram quando a história chega ao fim”, realça.
Embora as primeiras críticas da sequela ainda não tenham sido reveladas, a obra de 2019 tem uma pontuação de 81 por cento no Rotten Tomatoes.
Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em outubro nas plataformas de streaming e canais de televisão.